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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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As diferenças entre os times do Brasileiro e da final da Libertadores

Boca e River fizeram grande jogo, já Atlético-MG x Palmeiras foi como tantos outros

Na final da Libertadores, o técnico Marcelo Gallardo não pôde ir à Bombonera, mas escalou seu time para contra-atacar. Só uma vez em toda a campanha havia montado o River como fez contra o Boca. Com três zagueiros e dois laterais que recuavam para formar linha defensiva de cinco homens.

A ideia era ter o zagueiro mais rápido, Martinez Quarta, sobre Pavón. Tirar velocidade e proteger os beques mais lentos, Maidana e Pinola. Conseguiu isso, até o atacante Pavón sair machucado. Benedetto entrou em seu lugar. Martinez Quarta tinha velocidade, mas não a malícia necessária para marcar a dupla ofensiva, Benedetto-Ábila.

No Independência, em Belo Horizonte, Felipão escalou sua equipe pensando no contra-ataque.

Pratto comemora gol contra o Boca Juniors na primeira partida da final da Libertadores
Pratto comemora gol contra o Boca Juniors na primeira partida da final da Libertadores - Natacha Pisarenko/AP

Surpreendeu ao levar para o jogo o atacante Willian, recuperado de lesão muscular, que poderia tirá-lo de combate por ao menos mais uma semana. Recuou e teve chance em saídas rápidas. Tirou o espaço do Atlético-MG.

No caso de Gallardo, a chance de a estratégia dar certo é maior. O treinador está no cargo há quatro anos e meio. São 221 partidas e uma coleção de títulos de Copa da Argentina, Supercopa, Libertadores, Copa Sul-Americana. Felipão tem 26 partidas.

No Brasil, o jeito mais prático é apostar em bolas paradas. O jogo é mais feio.

Boca Juniors 2x2 River Plate foi um jogo muito mais agradável e tenso do que Atlético-MG 1x1 Palmeiras. Não se trata das propostas dos treinadores.

Rogério Ceni conquistou a Série B no sábado (10), ao vencer o Avaí em Santa Catarina. Durante a semana, Rogério lembrou que teve 207 treinos durante o ano e que isso só foi possível porque o Fortaleza tem agenda de jogos muito menos intensa do que as equipes da Série A.

Campinho
River mudado: cinco zagueiros em linha -

Boca Juniors e River Plate fizeram um partidaço. Um pouco de guerra, um início de quebra pau, mas muita busca pelo gol. Não foi como Barcelona 5x1 Real Madrid, duas semanas atrás. Lá há mais craques. Mas, na Libertadores, houve alternâncias táticas, como detalhado antes. Tecnicamente, também talentos como Gonzalo Martínez, 25 anos. Na Argentina, como no Brasil, o êxodo é o que mata.

Atlético-MG x Palmeiras foi uma partida como todas as do Brasileiro. Marcação forte, dificuldade para encontrar espaço na defesa rival, poucas finalizações. Não foram tantos lançamentos longos.

O problema central por aqui não é falta de vontade de fazer jogos com qualidade. Há 20 treinadores na Série A com filosofias diferentes, gostos diversos, tempos... Sempre escassos. São 27 mudanças de técnico em 33 rodadas.

Campinho
Palmeiras com Willian: surpresa -

​Felipão provavelmente aplicaria seu mesmo estilo de sempre se tivesse os 221 jogos de Marcelo Gallardo ou os 113 de Schelotto. Mas o pouco tempo de trabalho faz com que o trabalho no Brasil não tenha ensaio no ataque e apostas em bolas paradas. Dos 37 feitos na era Felipão, 17 nasceram de faltas, escanteios ou pênaltis, como o cobrado por Bruno Henrique.

Tanto na decisão da Libertadores, quanto no Brasileiro, os torneios estão abertos. O Palmeiras segue perto do troféu. Os argentinos dão mais certeza de um grande espetáculo na hora de definir quem será o vencedor, daqui a duas semanas, no Monumental de Nuñez.

O banco decide

Aguirre foi confuso na escalação do São Paulo com três zagueiros, contra o Corinthians. Mudou no segundo tempo, com a troca de Ânderson Martins por Éverton. O São Paulo não reagiu. Mas o gol nasceu em jogada de Éverton, toque de Nenê e finalização de Brenner. Os três que saíram do banco.

O pior Corinthians

Jair Ventura estava visivelmente nervoso em sua entrevista coletiva após o empate do Corinthians. É a pior campanha do time desde o rebaixamento e não é culpa de Jair Ventura, mas do clube. Em 2007, nesta altura, o Corinthians tinha 41 pontos. Hoje tem 40 e cinco jogos para deslanchar.

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