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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Palmeiras confirma vocação determinante do ataque

Equipe derrotou o Vasco e conquistou o Campeonato Brasileiro de 2018

Dudu participou mais uma vez de um gol do Palmeiras. Desta vez, o do título. Na conta apresentada pela Folha no domingo (24), eram 50% dos gols da campanha passando pelo pé direito dele. Agora, Dudu é 50% mais um.

Como se o campeão brasileiro fosse o Boca, que se diz 50% mais um da torcida argentina ou o River Plate, que tinha 50% mais um de chance de ganhar a Libertadores. Com o cancelamento da final sul-americana, só houve um campeão no fim de semana: o Palmeiras.

Felipão começou a arrumar o time, arrancar do sétimo para o primeiro lugar e colocar a mão na taça quando acertou o sistema defensivo. Sem sofrer gols nas primeiras seis rodadas após a demissão de Roger Machado, o campeão saltou de sétimo para quarto.

Na derrota para o Fluminense, em julho, partida que resultou na troca de treinador, o Palmeiras tinha o quarto melhor ataque e a sétima melhor defesa. Hoje tem o ataque mais positivo e a defesa menos vazada.

Apesar de a defesa ter sido a primeira razão do crescimento, o ataque reforça uma tendência na era dos pontos corridos. Nos 16 Brasileiros com esse sistema de disputa, é o décimo campeão com maior número de gols. São Paulo de 2006, Corinthians de 2015 e Palmeiras de 2016 lideraram os dois quesitos.

Felipão sempre foi apontado como retranqueiro, mas fez sua carreira colecionando títulos com o maior número de gols de suas campanhas. O Grêmio campeão brasileiro de 1996 apostava em jogadas ensaiadas de faltas e escanteios, tinha segurança defensiva, mas registrou o recorde de gols da temporada.

Jogadores do Palmeiras fazem a festa em São Januário
Jogadores do Palmeiras fazem a festa em São Januário - Ricardo Moraes / Reuters

A seleção de 2002 é a única na história das Copas com sete vitórias em sete jogos e com o ataque mais positivo. Fez 18 gols, média apenas superada pela Alemanha, entre os campeões mundiais do século.

Em São Januário, o Palmeiras mostrou a eterna face de Felipão. Ele não esconde que sempre preferiu as vitórias a jogar bonito. Depois da partida contra o Fluminense, disse nunca ter vestido outra carapuça. O melhor é jogar bem. O Palmeiras jogou.

Não é só responsabilidade de Felipão o melhor ataque. No ano passado, com dois treinadores durante o Brasileiro (Cuca e Alberto Valentim) o Palmeiras também foi o mais positivo em gols. O ataque evoluiu e a explosão de Dudu se deu depois de Felipão. Contabilizados os números de todas as competições com Felipão, Dudu marcou sete e deu nove passes, ou 35% dos gols.

O Palmeiras chega à rede adversária 46% das vezes com bolas paradas, 15% de contra-ataques, 4% de roubadas no campo do adversário, 17% pelo alto, 35% em troca de passes. Algumas dessas ações se sobrepõem, o que explica a conta ultrapassar os 100%.

O lado direito é responsável por 42% das jogadas de gol com Felipão, o lado esquerdo apenas 13%. Muitas vezes, Dudu passou a ser escalado pela direita e, quando está do lado oposto, puxa a jogada para a faixa central.

Em comum, o Palmeiras campeão teve a tentativa de atacar como premissa, ora com passes longos, ora pelo chão. Felipão gosta da definição rápida. Com todos os problemas do Brasileiro, o décimo campeão com o melhor ataque em 16 torneios de pontos corridos indica que a busca pelo gol ainda é a vocação do futebol que se joga por aqui.

Folhapress

Carille vem aí?

No Corinthians, existe a clareza de que se Fábio Carille quiser mesmo deixar o Oriente Médio não há hipótese de o clube perder a briga. Torcida não aceitaria e a pressão sobre o presidente aumentaria. Carille está feliz no Al Wehda, mas não esconde a insatisfação com a estrutura do clube.

Reféns da violência

Todo o absurdo da final da Libertadores começou com objetos atirados ao ônibus do Boca. É mais um caso de violência. Se é grave no Brasil, na Argentina é pior. Desde a introdução da torcida única na primeira divisão, em 2013, houve 46 mortes. O futebol argentino é refém dos barras bravas.


 

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