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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Dos últimos quatro Mundiais sub-20, este poderá ser o terceiro sem o Brasil

Seleção brasileira tem remota possibilidade de se classificar para o Mundial da categoria

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Seleção brasileira durante jogo pelo Campeonato Sul-Americano sub-20 - Claudio Reyes/AFP

A seleção sub-20 entra em campo neste domingo (13) já sem chance de vencer o Sul-Americano. Ainda tem remota possibilidade de classificar-se ao Mundial— que terá os quatro primeiros colocados do torneio continental.

Das últimas quatro Copas da categoria, esta pode ser a terceira sem o Brasil. Ao vexame, soma-se a lembrança de que a seleção só disputou a Olimpíada porque era o país sede. Venceu.

O contraste é o depoimento de quem trabalha na base. É unânime que evoluíram os técnicos dos garotos. Timidamente, o calendário também melhorou, com as criações de Copa do Brasil e Brasileiro sub-20. A geração de atletas menores de 20 anos tem Vinicius Junior, titular do Real Madrid, Rodrygo, recém-contratado pelo time espanhol, Mauro Junior, presente em jogos do PSV, Mateus Cunha, do RB Leipzig, Paulinho, do Bayer Leverkusen.

Tanto o coordenador das divisões de base, o ex-lateral Branco, quanto o técnico da seleçãozinha, Carlos Amadeu, concordam que o problema não é falta de talento. Vários terão carreira em Champions League. Mas a seleção fez apenas seis partidas preparatórias. A Venezuela jogou 29. Nos amistosos do Brasil, em outubro, nove dos 23 convocados pertenciam a clubes do exterior. No Sul-Americano, só três. Os outros não foram liberados.

O fiasco sul-americano se junta, nesta semana, ao fiasco do São Paulo e o empate do Atlético-MG, em Montevidéu. Antes da partida na Argentina, você leu aqui que o Talleres era o rival mais perigoso para um brasileiro na fase inicial da Libertadores desde o Tolima. Confirmado.

Seleção e futebol brasileiro têm crises diferentes. A seleção vive problemas quando não faz a transição correta, de um técnico ou de uma geração para outra. Os vilões do campeonato são o êxodo exagerado e a dificuldade de se entender que o jogo ficou menos individual.

Comemoramos contratações em vez de títulos e determinamos que times brasileiros são melhores do que os estrangeiros pela qualidade individual. Talleres x São Paulo e Danubio x Atlético-MG são símbolos disso. “O São Paulo é muito superior.” Era o diagnóstico do final do primeiro tempo. Dá para explicar por que tantos jogadores de times sul-americanos nos venceram e são discutidos em equipes daqui.

Berrio, Marlos Moreno, Vargas, Pinilla, Riascos, Guerra, Borja... Há os que ajudam, como Carlos Sánchez, campeão da Libertadores pelo River Plate em 2015 e excelente no Santos 2019. Também os que atrapalham, como Bryan Ruiz, recém-chegado e recém-dispensado da Vila Belmiro.

Impressiona a informação de que Hernanes saiu do São Paulo em dezembro de 2017 e só reencontrou sete colegas, um ano depois.

O futebol brasileiro de hoje contrata grandes nomes e vende imensos talentos. Parece com o início da crise do basquete. No início dos anos 1990, a diferença entre o basquete e o futebol era que, no esporte da cesta, mudavam os times e os jogadores eram sempre os mesmos — Oscar, Marcel, Paulinho Villas Boas, Mauri...

No futebol, os nomes dos clubes eram os mesmos, mas os craques sempre se renovavam. Hoje, os mesmos clubes contratam os velhos craques: Bruno César, Vágner Love, Paulo Henrique Ganso, Hernanes...

Enquanto isso, o clássico Barcelona x Real Madrid teve o duelo Malcom x Vinicius Junior. Discreto campeão brasileiro pelo Corinthians em 2015, Malcom foi o melhor em campo. Vinicius teve boa atuação.

Na quarta-feira (13), a Champions terá o duelo entre o Ajax, de David Neres, contra o Real Madrid, de Vinicius Junior. Um craque do fiasco brasileiro no Sul-Americano sub-20 de 2017 contra outro que não pôde ser convocado para o fracasso de 2019.

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