Dez dias depois do fiasco da eliminação da Libertadores contra o Tallertes, o São Paulo jogou duas vezes e, em ambas, não escalou nem Jucilei nem Diego Souza nem Nenê como titulares. Mais simbólico ainda foi ver os três no banco de reservas numa partida em que Hernanes, William Farias e Hudson não podiam jogar, lesionados. A reforma do elenco são-paulino é óbvia e admitida dentro dos muros do Morumbi.
O problema é que conselheiros pedem também a reforma da diretoria, com as saídas de Raí e Alexandre Pássaro. O presidente Leco resiste. Não pretende mexer pela sétima vez na direção de futebol. A questão é que os resultados não ajudam e os conselheiros têm a profundidade de um pires para discutir seriamente o que está errado no São Paulo. Nada contra a existência de grupos de oposição. Sempre são bons, se houver discussões corretas sobre problemas graves. Conselheiro não é torcedor, para protestar na derrota e festejar as vitórias sem noção do que precisa mudar na administração.
As mudanças serão no elenco. A troca de Jucilei, Diego Souza e Nenê por Luan, Helinho e Antony indicam isso. Contra o Talleres, havia três jogadores acima de 30 anos e média de 28 anos. Contra o Red Bull, houve quatro abaixo de 21 anos e média de 24,7.
Não que precise ser radical a ponto de dispensar completamente a experiência, mas medir exatamente qual tipo de jogador serve para o São Paulo voltar a ser campeão. Funcionará o mesmo tipo de atleta dos times mais modernos. Os que exercem funções ofensivas quando a equipe tem a bola, deslocam-se, abrem espaço, entram na área. E que também têm missões específicas quando o adversário controla o jogo, com marcação, recomposição, desarme e rapidez de raciocínio.
Contra o Red Bull, a tentativa de Vagner Mancini foi escalar uma equipe assim. Radicalizou ao usar Helinho e Antony como meias, num sistema 3-5-2, que pretendia Igor Vinicius e Reinaldo como alas no ataque e como laterais numa linha defensiva de cinco homens se fosse preciso marcar o Red Bull na defesa.
Antony tem pedido passagem e merece ser escalado mais vezes como titular. Contra o Red Bull, oscilou entre jogadas perfeitas, como um lançamento para Helinho no primeiro tempo, e erros de passes seguidos. Foi quem mais se equivocou na partida nesse fundamento.
A lesão de Reinaldo aos 12 minutos e a expulsão de Gonzalo Carneiro aos 19 transformaram a tentativa ofensiva numa equipe com defesa de cinco homens, três no meio-de-campo e transição rápida para o contra-ataque. Nesse tipo de jogada, Helinho chutou na trave e o São Paulo finalizou oito vezes mais do que o Red Bull. Sem sucesso.
O empate por 0 x 0 mantém a dificuldade são-paulina e seguirá a pressão de grupos distintos de conselheiros. O São Paulo continua sua disputa com Oeste e Ituano com o risco de terminar a fase de classificação do estadual em terceiro lugar. Só existe uma coisa pior do que não ganhar o Campeonato Paulista. É perder e ser eliminado na primeira fase. Tira toda a paz para trabalhar em direção a um time mais forte no Campeonato Brasileiro.
A revolução do São Paulo depende de convicção para ter jogadores modernos. De agora até a chegada de Cuca, o elenco vai se transformar.
Clássico fraco
O duelo de estilos entre Sampaoli e Felipão teve momentos de domínio santista, no primeiro tempo, com mudanças constantes de posição do trio de ataque, Rodrygo, Cueva e Derlis González. O Palmeiras teve mais chances concretas, especialmente em cobranças de faltas e escanteios. Mas não foi um grande clássico. O Palmeiras já jogou dois e não venceu nenhum.
A terceira taça
Sem brilho, o Manchester City conquistou a Copa da Liga Inglesa, graças a pênaltis perdidos por David Luiz e Jorginho, na final contra o Chelsea. O 0 x 0 foi menos do que o City tem mostrado de talento e versatilidade tática na temporada. Mas suficiente para o terceiro troféu em duas temporadas e meia de Guardiola. Antes, uma Supercopa e o Campeonato Inglês em 2018.
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