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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo precisa mudar o estilo, não o técnico

Equipe corre risco de eliminação na Libertadores após derrota contra o Talleres

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São Paulo corre o risco sério de eliminação da Libertadores na próxima quarta (13), se não vencer o Talleres, da Argentina, por pelo menos dois gols de diferença. Também tem seu pior início de temporada desde 1992, quando venceu só duas de suas primeiras sete partidas.

Não é preciso muito esforço de memória para se lembrar que o final daquele ano foi o melhor da história do clube até então, com o título mundial como presente de Natal.

Jogadores deixam o gramado do Estádio Mario Kempes abatidos com a derrota para o Talleres na Libertadores
Jogadores deixam o gramado do Estádio Mario Kempes abatidos com a derrota para o Talleres na Libertadores - Diego Lima - 6.fev.2019/AFP

Há duas diferenças entre 1992 e 2019. André Jardine não é Telê Santana, e o Morumbi não oferece a mesma estabilidade daquele tempo. ​

A equipe campeã mundial era muito melhor do que esta. Mas não havia segurança no time quando ele foi goleado por 4 x 0 pelo Palmeiras, em março, quarta derrota de uma série de cinco consecutivas.

Jardine deve ser o treinador contra o Talleres, por convicção de Raí. Mas já há discursos de que mudar de ideia é um mérito, quando se percebe que a certeza anterior se demonstrou equivocada.

Contra Jardine, pesa a inexperiência, a derrota para o Talleres, o desempenho ruim no Estadual. Sua escolha de usar um time misto na derrota para a Ponte Preta no sábado (9) aumenta a dúvida sobre sua capacidade de fazer a equipe reagir.

Escalar meninos para disputar um torneio de adultos, a Libertadores, ou apostar na experiência e correr o risco de ter uma equipe sem intensidade. Os experientes não ajudaram.

Agora, o dilema é mudar a comissão técnica pela 16ª vez em onze anos, trazer um treinador cobra criada para chacoalhar os velhinhos e apostar que a demissão de Jardine traga o que as últimas quinze trocas de treinador não conseguiram trazer: títulos. Ou continuar a transformação de estilo, julgar que Jardine pode fazer um time mais jovem e veloz e reformar aos poucos a equipe pesada que foi presa fácil em Córdoba.

Mesmo que saia Jardine, mesmo com outro treinador, a segunda alternativa parece mais certa. O São Paulo não aguenta mais do mesmo. Trocar de treinador a cada derrota e ser refém de grandes nomes.

Classificando-se contra o Talleres ou eliminado no Morumbi nesta semana, o espelho são-paulino precisa ser o Grêmio. Em 2013, a direção gremista decidiu mudar o jeito de jogar, apostou em revelações de excelente qualidade com a bola, transformou seu estilo guerreiro pela troca de passes, voltou a vencer títulos nacionais três anos depois. Colhe os frutos até hoje.

Em comum, a revolução gremista foi feita pelo coordenador das divisões de base, Júnior Chávare, com o técnico André Jardine revelando talentos como Luan, Éverton, Arthur, Pedro Rocha e Walace. Os três primeiros da lista ganharam a Libertadores em 2017.

A partir do treino desta segunda-feira (11), o São Paulo precisa ter coragem. Primeiro para montar uma equipe agressiva e capaz de golear o Talleres. Depois para olhar de frente para o eventual fracasso  e determinar o que deseja para os próximos anos. Leco era o diretor das divisões de base quando nasceram os Menudos, em 1985.

O futuro são-paulino está muito mais na aposta em Anthony, Luan, Liziero do que na insistência em jogadores como Jucilei, Nenê e Diego Souza. Nomes famosos para dar satisfações à torcida não estão servindo para acabar com a maior seca são-paulina desde a construção do Morumbi.

Corinthians vai mal

Com titulares ou com reservas, Carille não consegue organizar sua equipe no Paulista. Já são 3 empates e 3 derrotas nos primeiros 8 jogos da temporada. É o terceiro colocado da chave do Estadual. De novo, teve mais tempo com a bola e menos finalizações do que o Novorizontino. Perdeu de novo.

Pergunta que não cala

Se o Flamengo foi autuado 31 vezes e se a prefeitura não fechou o Ninho do Urubu por não tem poder de polícia, por que a ela não usa a opinião pública agora para interditar o CT até tudo ficar em ordem? Pelo mesmo motivo que não fez nada no hospital Lourenço Jorge nem no Museu Nacional, também incendiados.

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