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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Paulista

As entranhas das equipes do interior de São Paulo

Chama a atenção como os times de fora da capital vêm e vão no Paulista

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A Ferroviária recebe o Corinthians neste domingo (24), em Araraquara. Dos oito finalistas do Estadual, é o único inédito na década e não jogava a fase decisiva desde 1985, quando caiu na semi contra a Portuguesa. Dos outros sete classificados, o Corinthians só não esteve na fase decisiva em 2015, o Red Bull esteve em 2015 e 2016, o Ituano foi campeão em 2014 e classificou-se em 2015, o Novorizontino está nas quartas pelo terceiro ano seguido.

Desde 2010, a lista dos classificados do interior é enorme e o sucesso desses clubes é efêmero.

O Santo André foi vice-campeão em 2010 e rebaixado no ano seguinte. O Guarani repetiu a história entre 2012 e 2013.

Jogadores disputam bola durante partida entre o São Paulo e o Red Bull Brasil, pela oitava rodada do Campeonato Paulista 2019, no Morumbi
Jogadores disputam bola durante partida entre o São Paulo e o Red Bull Brasil, pela oitava rodada do Campeonato Paulista 2019, no Morumbi - Danilo Fernandes - 24.fev.2019/Brazil Photo Press/Folhapress

O Audax virou reportagem em todos os jornais de 2016. Seu patrono, Mário Ferreira, rejeitou entrevistas para todos os canais de TV, Fernando Diniz, bom treinador, está hoje no Fluminense, Ytalo foi jogar no São Paulo e Tchê Tchê no Palmeiras. O Audax está na Série A-3.

No Brasil, houve um tempo em que a diferença entre o futebol e o basquete era que, no futebol, os jogadores sempre mudavam e os clubes eram sempre os mesmos. No basquete, os clubes mudavam e os jogadores eram sempre os mesmos. Paulinho Villas Boas, Guerrinha, Helinho jogavam pelo Arcal-Corinthians-RS, Ravelli Franca, Coc-Ribeirão.

Como o Corinthians contratou Vagner Love e o São Paulo pensa em Pato, fica a impressão de que o futebol mudou: os jogadores são sempre os mesmos, os times é que mudam.

Impressiona como os times do interior vêm e vão. O São Caetano vendeu caro a eliminação para o São Paulo nas quartas de 2018. Desceu para a Série A-2 na última quarta-feira (20). Isso não exclui observar as tentativas empresariais de grupos que controlam o Red Bull, a Ferroviária, ou o Ituano, o mais constante de todos. Com Juninho Paulista na gestão, Itu tem time modesto e sempre presente. Seu atacante, Martinelli, é a revelação do estadual.

“Aqui temos projeto para o futuro. Temos um conselho de administração e nos reportamos ao Roque Júnior, o diretor de futebol”, diz o técnico Vinicius Munhoz, da Ferroviária.

Munhoz também cita a formação de sua equipe, com reuniões para contratar jogadores que se encaixassem no modelo de jogo. Thiago Scuro, presidente do Red Bull, destaca que os quatro times do interior têm estilos próprios. Montaram-se pensando em como jogar.

Araraquara voltou ao mapa depois do apoio da prefeitura e de empresas da região para a reforma do estádio da Fonte Luminosa. O vice-campeonato da Copa Paulista garantiu vaga na Série D. Dos quatro do interior, é o único com divisão nacional assegurada. O Red Bull tenta a fusão com Oeste ou Bragantino, para ter vaga na Série B. Pretende chegar à elite.

Não é justo dizer que os times, mesmo os de sucesso efêmero, não contribuem para nada.

O Corinthians descobriu o campeão mundial, Ralf, no Grêmio Barueri. Diego Pituca estava nas quartas do Estadual pelo Botafogo, em 2017. O Santos se esforça para mantê-lo. Ricardo Goulart foi vice paulista como reserva do Santo André, em 2010. É o jogador mais bem pago do Brasil.

Os grandes clubes são instáveis pela estrutura política. O São Paulo cogita contratar Pato porque tem de dar satisfação a conselheiros e torcedores. Política pura. Grêmio e Cruzeiro mantêm treinadores e estilos há dois anos e meio. Exceções.

Os pequenos têm outras razões para instabilidade. Não há previsão de jogos. Se houvesse certeza de calendário, mais gente séria poderia administrar. Com todos os problemas, o Paulista tem equilíbrio como vantagem. Dos 18 campeonatos do século, 5 tiveram grandes nas 4 primeiras colocações.

 

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