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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Paulista

No Paulista do 0 a 0, São Paulo pode ser campeão sem marcar

Às vezes, um time cresce durante o campeonato, mas não dá tempo de ser campeão

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A fase mais criativa de Cuca como treinador foi no Botafogo. Em 2007, era preciso olhar bem, olhar de novo, para entender que seu time jogava num 3-4-3. Joílson vestia a camisa 2 e foi vendido ao São Paulo como lateral-direito, mas jogava como meia.

Por alguns instantes no domingo (14) contra o Corinthians, viu-se o São Paulo inquieto como aquele Botafogo. Houve três suspeitas de que o treinador são-paulino poderia inventar uma novidade. Primeiro, quando gritou para Everton e o ponta-esquerda, escalado como meia pela ausência de Liziero, infiltrou-se ao lado de Carneiro, para deixar os zagueiros Manoel e Henrique no mano a mano. Durou pouco.

Houve momentos em que Reinaldo entrou em diagonal, Everton abriu para o lado esquerdo, e o lateral entrou como elemento surpresa. Também foi passageiro.

Como é apenas o segundo jogo de Cuca como treinador do São Paulo, é impossível cobrar novidades agora. Houve esboços. Muitas vezes, um time cresce durante o campeonato, mas não dá tempo de ser campeão. Pode ser o caso deste São Paulo.

Há três semanas, você leu aqui que Fábio Carille é como um camaleão. Porque enfrentou o Santos, na fase de classificação, marcando por pressão, mas na primeira semifinal com marcação atrás do meio de campo. Um retranqueiro comum.

Nem todo jogo é igual. Na Inglaterra, Maurizio Sarri, famoso por gostar da troca de passes, perdeu do Manchester United pela Copa da Inglaterra, em fevereiro, e ouviu sua torcida gritar “Fuck, SarriBall!”. Bem, a primeira palavra em inglês não necessita tradução, mas SarriBall significa o jogo à base da troca de passes, que os torcedores do Chelsea queriam mandar para a... bem, você já entendeu.

Neste domingo (14), a Premier League viu a vitória do Liverpool sobre o Chelsea por 2 a 0, e Sarri jogou CarilleBall. Só se defendeu, exceto pelos dez minutos seguintes após levar o segundo gol. Perdeu.

Carille é uma novidade no futebol brasileiro, capaz de montar times sem elencos grandiosos, como fez em 2017, campeão paulista e brasileiro. Mas termina o Estadual merecendo críticas iguais às feitas contra Jair Ventura, que montou retranca contra o Flamengo na Copa do Brasil.

Por mais que varie dependendo do adversário, a prioridade do Corinthians tem sido a marcação. Dos seis clássicos que disputou neste ano, ganhou três, empatou dois e só perdeu do Santos, na semifinal, depois vencida nos pênaltis. Em todos, teve menos tempo com a bola no pé do do que o adversário. 

Também foi assim no último dérbi, antes de se transferir para o Al Wheda, da Arábia Saudita. Ganhou do Palmeiras por 1 a 0, com 48% de posse.

O castigo pode vir a cavalo. Para ser campeão, o Corinthians precisará vencer em Itaquera. Ou o São Paulo poderá especular, como fez no Allianz Parque. Num campeonato em que 5 dos 11 clássicos terminaram com o ridículo placar de 0 a 0, proporção inédita na história, o São Paulo poderá ser campeão sem ganhar nenhum clássico.

O time de Cuca procurou mais o gol. Se houvesse vencedor, merecia ser o São Paulo. A certeza é que o treinador não se defenderá apenas em Itaquera. Fazer gol é outro problema, com o São Paulo em eterna transformação.

Arte da coluna do PVC do dia 15.abr.2019

Vergonha

O VAR continua sendo muito positivo e uma arma para dar credibilidade para o futebol. Mas, quando o estádio inteiro grita “vergonha”, pela demora do assistente de vídeo, é símbolo de que ainda não acertou. É preciso olhar o problema com cuidado. No Engenhão, houve gol anulado que também dá debate.

Abel ganhou

Abel Braga não acredita em Gabriel como centroavante. Por isso, escalou Bruno Henrique como atacante mais infiltrado, com Gabigol pelo lado direito, ponta de lança. Em tese, estava errado. Acontece que, nos dois jogos recentes nesta posição, Bruno Henrique deu duas assistências e marcou dois gols

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