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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Recorde de permanência de técnicos melhora o Brasileiro

Apenas quatro times foram campeões trocando técnico na era de pontos corridos

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​​O Brasileiro alcançou a sexta rodada sem nenhuma mudança de treinador, exceto a contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Vasco, mas para a vaga de um interino, Marcos Valadares. Em 2017, houve cinco demissões até a quinta partida. Ano passado, só três trocas. Era recorde e parecia uma evolução na cultura brasileira de atribuir ao técnico todos os erros de planejamento. No final da temporada, houve 29 demissões e só três clubes não demitiram: Cruzeiro, Grêmio e Internacional. Não por coincidência, todos estão na Libertadores.

Só que no ano passado, o campeão trocou de técnico e isto tem servido de argumento para quem quer demissões. Não se justifica.

O Palmeiras campeão de 2018 representou apenas a quarta campanha vencedora com mudança de técnico em 16 campeonatos por pontos corridos, a 12ª em 48 edições desde 1971 e também considerando a unificação com Taça Brasil e Robertão. Em 60 Brasileiros, só 12 vezes o campeão mudou de treinador.

Vanderlei Luxemburgo, contratado pelo Vasco, foi o único treinador a assumir um time durante a atual edição do Brasileiro, mas para a vaga de um interino
Vanderlei Luxemburgo, contratado pelo Vasco, foi o único treinador a assumir um time durante a atual edição do Brasileiro, mas para a vaga de um interino - Jotta de Mattos/Agência Photopress

O recorde da temporada sem mudanças até a sexta rodada pode ter caído no meio da madrugada. No entanto, sempre dá esperança de finalmente os dirigentes entenderem que parte da falta de qualidade dos jogos tem a ver com equipes que não se montam e se transformam com vendas de jogadores e demissões de treinadores três vezes por ano.

A Champions League teve dois campeões com mudança de técnico neste século: Chelsea (2012) e Real Madrid (2015). Pode-se acrescentar o Real Madrid da temporada 1999/2000, que trocou John Toshack por Vicente del Bosque em novembro, ainda no século 20. 

A diferença também reside no fato de que a Europa não tem uma epidemia de trocas de técnico. Aqui, sim. Daí a necessidade de estancar a sangria. Quando isso acontecer, uma demissão poderá interferir menos na qualidade de um torneio.

O Chelsea teve 12 técnicos nos últimos 15 anos, cinco vezes com demissões no meio da temporada. Isso se dilui na Premier League, onde só houve sete degolas no campeonato recém-terminado.

O Arsenal disputará a final da Liga Europa na quarta (29), sob o comando de Unai Emery, primeiro técnico do clube de Londres após 22 anos de Arsene Wenger. O treinador francês, três vezes campeão inglês, escreveu no prefácio do livro “Living on the Volcan – Segredos para sobreviver como técnico de futebol”: “Existem muitos meios de medir o êxito, mas os ingredientes chave são sempre a paixão, a gestão dos jogadores, a capacidade de se adaptar e ter olho para o talento.” 

Se fosse de alguém ativo no Brasil, a tese começaria a ser desconstruída por tratar mais da gestão de pessoas do que da estratégia de jogo. Mas é Wenger quem atribui a esse fator sua capacidade de sobrevivência.

Um técnico precisa convencer seus dirigentes, torcedores, jornalistas e seus jogadores todos os dias. Sempre haverá alguém com a certeza de que o melhor caminho é mudar. Os times que vão bem geralmente não mudam e você pode perguntar quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? O time vence porque não muda? Ou não muda porque vence?

Notar que o início de Brasileiro mais elogiado da última década tem o recorde de rodadas sem demissões é mais um indício de que não trocar leva quase sempre à melhora do jogo.

Campinho
Folhapress

Aos 29 e contando

O Palmeiras chegou à 29ª partida invicta em Brasileiros, sem jogar bem e com pênalti polêmico marcado pelo VAR. Lucas Lima ainda não decola, e o maior êxito do líder do campeonato é a defesa. Mas segue à risca a cartilha de gols de todos os tipos e com o ataque mais positivo do país.

Corinthians x São Paulo

O Corinthians sabe o que quer. Teve a sorte de fazer o gol rápido e, depois, defendeu-se. Ao São Paulo, falta criatividade. Natural para um time com 3 técnicos e 4 formas diferentes de jogar no ano. Os veteranos de Jardine, os três zagueiros de Mancini, os garotos de Mancini e o time sem criação de Cuca.

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