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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O que o Flamengo tem que seu time não tem

Líder do campeonato tem o melhor ataque, é o segundo time em desarmes e o segundo com mais cruzamentos

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O Flamengo é o time do momento. Se jogar o que jogou nas últimas seis rodadas, será campeão brasileiro. Ao Palmeiras, vice-líder, a obrigação é colar no líder. Se o Flamengo não suportar, o vice-líder estará bem perto.

Vale repetir: o Flamengo é o time do momento. O melhor time do Brasil de 2019 será conhecido em 8 de dezembro. Ou, talvez, no dia 23 de novembro, se rubro-negros ou gremistas ganharem a Libertadores, no Chile.

Gabriel comemora após ter feito gol, seu 16º no Brasileiro deste ano, contra o Santos no Maracanã
Gabriel comemora após ter feito gol, seu 16º no Brasileiro deste ano, contra o Santos no Maracanã - Sergio Moraes/Reuters

Datas ajudam a entender os que são destaques de um período ou melhores de uma época. O Flamengo de Zico foi o melhor time do Brasil entre 1980 e 1983. Uma geração usou aquela formação como parâmetro do que é preciso fazer para ser chamado assim: o melhor do Brasil. 

Depois do Flamengo de Zico, o São Paulo de Telê mereceu esse rótulo. 

Outros times chamados assim parecem casuísmos. Rápidos momentos em que havia uma superioridade. Foi assim o Corinthians de 1998/1999, o Palmeiras de 1996, o Cruzeiro de 2003, até o Palmeiras de 1993/1994, porque compartilhou o início de sua supremacia com o final do melhor período do São Paulo de Telê Santana.

"Bata três vezes na madeira quando seu time for tri", escreveu Alberto Helena Junior, sobre o fim de períodos hegemônicos no Brasil. O caso do Flamengo atual pode ser o início. Pode ser... Até perder do Bahia por 3 a 0, em Salvador, subia seus laterais juntos e ficava exposto a contra-ataques. Filipe Luís explicou a Jorge Jesus que prefere entrar em diagonal (veja ilustração). Nesse posicionamento, fechou o caminho de adversários. 

Outra data ajuda a entender uma diferença entre o Brasileiro de 2018, ano de Copa, e o atual, de Copa América. No dia 16 de setembro, um ano atrás, o Brasileiro já tinha sua 25ª rodada concluída. Hoje, está na 19ª. O Flamengo, líder pré-Mundial, estava em quarto lugar, cinco pontos atrás do São Paulo, o primeiro colocado. O Palmeiras, que seria campeão, ocupava o terceiro posto, três pontos atrás.

O dia de hoje, 16 de setembro, ajuda a entender que terminou a maratona do primeiro turno e vai começar a corrida de cem metros. Faz quase cinco meses que o Brasileiro começou, em 27 de abril, e faltam menos de três para acabar, em 8 de dezembro. 

O que o Flamengo do primeiro turno tem que seu time não tem? O melhor ataque. Seus três goleadores somam 31 gols. Palmeiras e Santos somam 30 e estão empatados como segundo ataque mais positivo. 
Tem o segundo time em desarmes, atrás apenas do Santos. É o segundo com mais cruzamentos, abaixo do Fluminense. O terceiro em troca de passes e o quarto em posse de bola, porque nem sempre o melhor time é o que passa mais tempo com bola no pé. Questão de estilo.

Além disso, tem jogadores que exercem funções ofensivas e defensivas, aquilo que se chama de intensidade. 

Se mantiver tudo isso, será campeão e disputará o troféu da Libertadores. Não é fácil. Serão 22 jogos em 77 dias para vencer Brasileiro e Libertadores, como só o Santos de Pelé fez na época da Taça Brasil. O Flamengo de Zico fez essa conta para ganhar Carioca, Libertadores e Mundial, em 1981.

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ACABOU A SEQUÊNCIA?

Ganso fez seu segundo gol pelo Flu. Cássio levou um frango. O anormal explica o resultado normal. Não fosse por isso, o Corinthians seguiria a lógica de uma vitória e um empate, seguidamente, nos 14 jogos depois da Copa América. Acabou a invencibilidade. 

PALMEIRAS NA BRIGA

Mano Menezes faz questão de dizer que mantém a filosofia anterior, mas faz seus ajustes aos poucos. O Palmeiras troca mais passes do que com Felipão. E por que o Cruzeiro não trocava? Já pensou que o Cruzeiro chegou a ter onze titulares acima dos 30 anos?

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