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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Athletico impôs dificuldades como nenhum outro ao Flamengo

Equipe carioca sofreu, mas venceu pela primeira vez o time curitibano em casa, na história do Brasileiro

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Antes do confronto das quartas de final da Copa do Brasil, em julho, Tiago Nunes, do Athletico-PR, prometeu que não mexeria em seu estilo de jogo. "Vai ser rock'n roll", ele disse. Antes do jogo do Brasileiro, neste domingo (13) contra o Flamengo apontado como o melhor do país, o técnico repetiu a mesma frase.

A graça do jogo do líder contra o campeão da Copa do Brasil foi que nenhum dos dois mudou seu jeito de atuar. O primeiro gol do Flamengo nasceu de uma bola roubada dentro da área paranaense. A equipe de Jorge Jesus também é rock'n roll, jazz e samba ao mesmo tempo.

Não rejeita sua fórmula nem sequer jogando num palco onde jamais havia vencido na história do campeonato.

Nos primeiros dez minutos, quase fez 1 x 0, com marcação por pressão de quatro atacantes contra quatro defensores athleticanos. O lance do gol, aos 44 da primeira etapa, teve a mesma agressividade. 

Bruno Henrique marca o segundo gol do Flamengo contra o Athletico, na Arena da Baixada, em Curitiba
Bruno Henrique marca o segundo gol do Flamengo contra o Athletico, na Arena da Baixada, em Curitiba - Rodolfo Buhrer/Reuters

"Eles correm riscos com a confiança de trocar passes na defesa e nós corremos risco de avançar a marcação", resumiu Bruno Henrique, autor do gol.

Para terem sucesso, Athletico, campeão da Copa do Brasil, e Flamengo, líder do Brasileiro, correm mais riscos do que seus rivais no Brasil.

Mesmo com o resultado deste domingo, é justo avaliar que o Athletico impôs mais dificuldade ao Flamengo do que fizeram Palmeiras, rival na ponta do Brasileiro, e Grêmio, adversário na semifinal da Libertadores. No primeiro tempo, chutou cinco vezes contra o gol de Diego Alves, melhor em campo.

Independentemente do resultado, há questões táticas do Athletico que se impõem para quem pretender jogar contra o Flamengo. O Grêmio teve sua marcação desmontada por tentar fazer o sistema de encaixe. O Athletico marca por zona. 

Ao sair de seu lugar, o zagueiro gremista, Kannemann, desmontou todo o sistema de Renato Gaúcho no gol do Flamengo, no primeiro jogo da semifinal da Libertadores. O Palmeiras enfrentou o líder no Maracanã com marcação semelhante. Com Mano Menezes, isso mudou, mas ainda há ajustes sendo realizados.

Núcleo de Imagem/Folhapress
Núcleo de Imagem/Folhapress

O Athletico não venceu o Flamengo neste ano, mas jogou sem medo e impôs muita dificuldade ao líder do Brasileiro. 

Tiago Nunes preza o passe, mas não é fanático por posse de bola. Gosta mesmo de intensidade. Cada jogador tem função para executar com ou sem a bola durante a partida.

Após a derrota deste domingo, o técnico campeão da Copa do Brasil reclamou da ausência dessa força construtiva, mas parte disso deveu-se à qualidade do rival.

Não dá para confiar que o momento Flamengo será para sempre. A história de Jorge Jesus mostra isso. Em 2010, foi campeão português pelo Benfica com o melhor ataque e as melhores atuações. No ano seguinte, com as perdas de Ramires e Di María, levou 5 x 0 do Porto e não brigou pela taça.

A mudança de conceitos de Jorge Jesus é excelente para o futebol brasileiro. Tiago Nunes compartilha muitas dessas ideias. Por isso, até agora, foi o time que mais atrapalhou os cariocas

O Flamengo sofreu, mas venceu pela primeira vez o Athletico na Arena da Baixada, na história do Brasileiro. O vice do Nacional nunca fez 73 pontos. Como o Flamengo tem 58, faltam 15 para alcançar a pontuação que sempre fez o campeão.  

PALMEIRAS SOFRE

Aos 15 do segundo tempo, com o Palmeiras vencendo por 1 x 0, a pergunta era se conseguiria manter o resultado. No caso do Flamengo, era quantos gols o líder conseguiria fazer. Também é pelo momento favorável, mas a diferença entre os dois é flagrante atualmente.

QUATRO SEM VENCER

A seleção não venceu nos quatro amistosos que realizou depois da Copa América, o que lembra o período final de Mano Menezes e o início de Felipão: oito partidas, uma vitória. Tite deve prosseguir. Mas é preciso entender por que, depois da conquista sul-americana, o Brasil não joga bem.

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