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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Libertadores diferente pode ter antídoto para o Flamengo

O dicionário não tem como sinônimo de favorito a palavra vencedor

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Estudar o Flamengo virou praxe em todos os clubes da Série A. O Grêmio, especialmente, precisará entender o que atrapalhou mais e qual estratégia prejudicou menos os planos de Jorge Jesus, antes de entrar no gramado do Maracanã para a semifinal da Libertadores, na quarta (23). Quebrar a marcação por pressão rubro-negra pode ser o segredo.

O departamento de análise de desempenho do Athletico estudou a derrota por 2 a 0 para o Flamengo no domingo (13) e concluiu ter ultrapassado a primeira linha de Jesus 9 vezes. Destas, em 7 ficou no mano a mano com três atacantes contra três zagueiros e finalizou. O Fluminense também conseguiu.

O primeiro gol do Flamengo nasceu de um erro de passe do goleiro Léo, forçado por quatro atacantes de Jorge Jesus que pressionavam quatro defensores paranaenses. Pela câmera de trás do gol é possível ver, do outro lado do campo, os atacantes athleticanos Marcelo Cirino, Thonny Anderson e Rony contra Renê, Rodrigo Caio e Rafinha. O outro zagueiro do Flamengo, Pablo Marí, estava na intermediária do ataque pressionando o meia Léo Citadini.

Se em vez do passe curto e errado Léo fizesse um lançamento —não um chutão—, pegaria a defesa do Flamengo sem cobertura.

Há quem diga que Jorge Jesus é revolucionário. Não é. Ele é agressivo. Pressionar a saída de bola e marcar o goleiro adversário é muito bom. Mas, se um jogador tem a função de pressionar o goleiro, é lógico que atrás não será possível ter alguém na sobra.

Gabriel, atacante do Flamengo, durante partida contra o Grêmio pela Copa Libertadores
Gabriel, atacante do Flamengo, durante partida contra o Grêmio pela Copa Libertadores - Sergio Moraes - 2.out.2019/Reuters

O Grêmio não está bem, perdeu suas duas últimas partidas, e o Flamengo é favorito, por ter as melhores atuações entre os times brasileiros nos últimos três meses. Isso não exclui que estratégias bem elaboradas dificultem ou impeçam Jorge Jesus de executar o estilo que mais lhe convém.

Se calhar, Jorge Jesus encontrará o Grêmio travando mais o jogo com passes curtos, para tirar a velocidade, e impondo passes longos, pelo chão, para deixar Everton Cebolinha contra Rafinha, um contra um. Pode ser melhor ainda para o Grêmio se, em vez de Rafinha, machucado, jogar João Lucas ou Rodinei.

Núcleo de Imagem/Folhapress

Vença o Flamengo ou o Grêmio, a possível final contra o River Plate —se eliminar o Boca— mostrará pelo quarto ano seguido que a Libertadores mudou. Desde o River Plate, do técnico Marcelo Gallardo, em 2015, vence o torneio sul-americano quem joga, não quem guerreia.

Foi assim também com o Atlético Nacional, em 2016, com o Grêmio, em 2017, e com o River de 2018, apesar da brutalidade de sua torcida.

“Para mim, o futebol de hoje é saber jogar, saber interpretar e estar bem fisicamente.” A definição de Marcelo Gallardo explica por que seus times se preocupam primeiro em tratar da bola. Não que a tendência do jogo franco na Libertadores prevaleça para sempre. Como diz Gallardo, o melhor antídoto para uma vitória é perder, porque quem crê poder vencer sempre trabalha com situação irreal.

A lembrança também serve para entender o favoritismo do Flamengo. Na Libertadores em que vence quem atua melhor, ninguém está jogando mais do que ele. Só que o dicionário não tem como sinônimo de favorito a palavra vencedor. Antes de mudar o verbete, será preciso disputar os dois jogos da Libertadores.

Busca tardia

O técnico Fábio Carille disse ter mudado o Corinthians nas últimas duas partidas para ter mais jogadores que agridam. Daí as escalações de Janderson e de Sornoza junto com Mateus Vital. Ainda não deu certo. A equipe segue trocando passes e agredindo pouco.

Muda aos poucos

O São Paulo ainda tem o pior ataque de sua história, no único ano em que possui número maior de jogos do que de gols. Mas teve mais de 500 passes nos últimos quatro jogos. No primeiro jogo de Fernando Diniz, foram 334. Aos poucos, o estilo da equipe muda.

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