PVC

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

PVC

Jorge Jesus vinha ao Brasil ver Telê e agora pode ser visto por Guardiola

Manchester City usou desenho tático parecido com o do Flamengo no clássico inglês de domingo (10)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Manchester City de Pep Guardiola usou desenho tático muito parecido com o do Flamengo, de Jorge Jesus, no clássico inglês de domingo (10), contra o Liverpool. Perdeu. Mas puxou Rodri como 1º volante e adiantou De Bruyne para ser atacante. Ainda que o técnico catalão diga que os nomes dos sistemas táticos são como dígitos de listas telefônicas, seu time se posicionou no 4-1-3-2. Jesus não é avesso aos números.

Claro que Guardiola não deve ter posicionado seu time parecido com o Flamengo por influência do futebol brasileiro. Mas não é impossível, porque ele dirige um ex-jogador de Jorge Jesus, no Benfica: Bernardo Silva.

O técnico do Manchester City Pep Guardiola com o jogador Bernardo Silva após derrota contra o Liverpool - Carl Recine/Action Images via Reuters

O Real Madrid de Jupp Heynckes, em 1998, atuava assim. Naqueles anos 1990, era mais comum ver técnicos europeus buscando referências no Brasil.

Jorge Jesus, por exemplo.

Por influência de seu colega, Nikolai Grachakov, búlgaro amigo do atacante Hristo Stoitchkov, do Barcelona, conseguiu passar semanas vendo os treinos de Johan Cruyff. Depois da experiência, com sua esposa Ivone grávida de seu filho Mauro, pegou o avião e viajou ao Brasil. Queria ver o São Paulo, de Telê.

Não teve contato com o velho mestre, mas passou um período no Brasil vendo São Paulo, Palmeiras e Corinthians. No domingo, por coincidência ou por influência, outro discípulo de Cruyff desenhou sua equipe no gramado quase do mesmo modo que Jesus: Pep Guardiola.

Campinho do pvc  publicado em 11.nov.2019 - O City com De Bruyne como avante: à moda Jesus
O City com De Bruyne como avante: à moda Jesus

Por vezes, Jorge Jesus mexe no desenho do Flamengo. Contra o Bahia, deslocou Bruno Henrique para a esquerda, escalou Vitinho pela direita e Éverton Ribeiro perto de Gabigol como 2º atacante.

Pareceu ser sua tentativa de tirar parcerias dos laterais do Bahia com seus pontas, responsáveis pelas melhores jogadas nos 3 a 0 do 1º turno, em Salvador, última derrota do Flamengo no Brasileiro. Com vinte minutos, voltou ao posicionamento normal.

O maior diferencial segue sendo a marcação por pressão, a teia de aranha na saída de bola do adversário. Assim, criou a melhor chance do 1º tempo, em bola interceptada por Éverton Ribeiro.

O risco dessa agressividade é não ter sobra na defesa. Aos 32 min, Flávio puxou contra-ataque, e o Bahia ficou com 3 atacantes contra 3 defensores rubro-negros. Não deu nada, por erro de passe. Pouco depois, o Bahia fez 1 a 0 também com 4 contra 4.

Campinho do pvc  publicado em 11.nov.2019 - O Flamengo no 4-1-3-2
O Flamengo no 4-1-3-2

O que todos os times tentam é ficar no mano a mano com o Flamengo. Estão conseguindo. Mas a volúpia rubro-negra deixa sempre o time de Jorge Jesus mais perto da vitória. 

Outra qualidade do Flamengo estava desaparecida do Brasil, desde o Santos de Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso. Quando um não brilha, outro resolve. Se não é Gabigol, é Bruno Henrique, se não é Bruno Henrique é Gérson ou Éverton Ribeiro.

Isso também acontece porque o treinador estica a corda até o limite. Ninguém se acomoda. Chamado de arrogante em Portugal, Jorge Jesus tem história símbolo contada no livro "Jorge, Amado e Desamado", de Luis Garcia. Questionado se era o melhor técnico português, surpreendeu com a resposta negativa. Em seguida, declarou: "Sou o melhor do mundo". 

Domingo, Jorge Jesus não estava à beira do campo.

O FRACASSO SÃO-PAULINO

Jucilei joga quase como líbero e Fernando Diniz muda o São Paulo pela enésima vez no ano. Virou quase um 3-4-3, com a ideia de liberar os dois laterais. Mas o São Paulo perdeu pela quarta vez no Morumbi no ano. São 56 jogos em 2019 e 52 gols. Pior ataque da história.

PALMEIRAS MELHOR

Se o clássico de sábado (9) tivesse um vencedor, seria o Palmeiras. Principalmente pelo 2º tempo, de boa atuação de Bruno Henrique e de volume de jogo. Teve bola na trave e pênalti perdido. São nove jogos sem derrota. Daí a ser campeão, é outra conversa.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.