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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Dia de decisão

Palmeiras e Flamengo já foi inimizade de uniformizada e virou rivalidade

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A estúpida lista das brigas de torcidas uniformizadas inclui uma emboscada feita no início da década de 1980, para os flamenguistas que chegavam para uma partida contra o Palmeiras, no Morumbi. De cima de uma passarela da via Dutra, uma banca de jornais caiu sobre o ônibus que transportava os visitantes.

O episódio ficou na memória de gerações e sempre deixou palmeirenses e rubro-negros em lados opostos nas alianças de uniformizadas. A Mancha se alia com a Galoucura, do Atlético-MG, é contra a Máfia Azul, do Cruzeiro, que se dá com a Independente, do São Paulo, que por sua vez é amiga da Jovem Fla.

O que era inimizade de uniformizadas transforma-se agora numa rivalidade de dois povos. Campeões da Libertadores e do Brasileiro, os rubro-negros falam sobre o Palmeiras como se fosse o Vasco ou o Botafogo. Talvez por não ter rivais regionais poderosos, os flamenguistas miram os alviverdes.

Gabigol comemorou a Libertadores dizendo que o Palmeiras não tem mundial, e Mano Menezes tratou a provocação como elogio.

Para o Palmeiras, os grandes rivais seguem sendo Corinthians e São Paulo. A torcida palmeirense está incomodada por não ter vencido nada em 2019, não porque o campeão foi o Flamengo.

Mesmo assim, o clássico deste domingo (1º), no Allianz Parque, importa muito para o futuro do clube, do diretor-executivo Alexandre Mattos e do técnico Mano Menezes.

A importância de vencer o campeão brasileiro e da Libertadores foi ilustrada na quinta (28) com a escalação de seis reservas contra o Fluminense. O Flamengo também poupou titulares contra o Ceará, mas não exatamente para guardar forças para domingo (1).

Mano Menezes tentou igualar o descanso, por jogar um dia depois do Flamengo. Vencer não fará nenhuma diferença do ponto de vista da classificação. O Palmeiras já está na fase de grupos da Libertadores e a faixa de vice-campeão não seduz, mesmo que o prêmio em dinheiro seja maior.

A derrota aumentará a pressão, ora com argumentos consistentes, ora com inexistentes. No conselho e na torcida, há quem diga ser uma vergonha ficar abaixo do Santos pelo investimento e que Mano não vence adversários mais fortes. Perdeu três vezes, para Santos, Fluminense e Grêmio.

O argumento mais sereno é o de que pode ser necessário ter estilo mais ofensivo, para vencer muito, empatar e perder pouco. Com Jorge Jesus aumentando a pontuação do campeão, com o recorde de gols nos pontos corridos, pode ser mesmo necessário um Palmeiras mais agressivo.

Mano já deixou claro que estuda para ter times mais protagonistas. No Bola da Vez, da ESPN Brasil, tratou de sua evolução com a metáfora de uma ponte. Quer atravessá-la, mas entende que o pior cenário é tentar cruzar o viaduto e ficar no meio do caminho.

Mano já fez outros times ofensivos, como o Corinthians de 2009, campeão da Copa do Brasil e invicto do Paulista, que tinha Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique.

O Flamengo não tem por que pensar no Palmeiras, uma vez que ganhou tudo o que lhe importava no ano. Mas deseja vencer, pela rivalidade que se criou entre eles.

O Palmeiras não precisa olhar para o Flamengo. Tem de decidir seu projeto para 2020 e montar um time capaz de ser campeão do Brasileiro e da Libertadores.

Mas esse planejamento só será feito em paz se ganhar do campeão brasileiro e da Libertadores, neste domingo. O clássico Palmeiras x Flamengo não é final de campeonato. Mas pode ser decisão.

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