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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Massacre provoca a decisão no Palmeiras

De cada 10 conselheiros que se aproximam de Maurício Galiotte, 11 pedem mudanças

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O requinte de crueldade da vitória do Flamengo sobre o Palmeiras foi o segundo gol, de Gabriel, depois de jogada em que todos os meias e atacantes rubro-negros trocaram passes. A demonstração de coletividade era tudo o que os palmeirenses esperavam. Viram no Flamengo.

Mais do que perder, o tamanho do tombo provocou a decisão. A saída de Mano Menezes era iminente e confirmou-se. A de Alexandre Mattos também. De cada 10 conselheiros que se aproximam do presidente Maurício Galiotte, 11 pedem mudanças. Se fosse meio de ano, isto talvez significasse pouco, porque, se conselheiro fosse bom, a gente vendia. Mas é final de temporada, momento apropriado para entender como deve ser o trabalho no ano que vem.

O Palmeiras começou o jogo num desenho tático igual ao do Flamengo. Felipe Melo atrás de uma linha de três armadores, com Ramires à direita, Lucas Lima à esquerda e Bruno Henrique centralizado. A ideia era pressionar a saída de bola, dificultar como o River Plate fez no primeiro tempo.

Ao contrário, a defesa postada na intermediária foi vítima de um passe perfeito de Gérson, para Gabriel entrar frente a frente com Jaílson e deixar Arrascaeta com o gol vazio. 

Mesmo com o Allianz Parque longe de estar cheio, pelo desânimo da torcida, o gol do Flamengo aumentou o nível de tensão. Foi daquelas tardes em que, com uma faca, cortava-se uma fatia de ar.

Dudu não se cansou de tentar, mas o Palmeiras trocou um terço menos passes do que o Flamengo no primeiro tempo. Jogando em casa, é o oposto do que Maurício Galiotte propunha no início de 2018, quando contratou Roger Machado. Queria um Palmeiras mais Academia. 
Nunca conseguiu.

Mano poderia conseguir um time de passes, mas não alcançou esse objetivo em seus 20 jogos como treinador. O desgaste e as quatro derrotas provocaram a saída.

A frustração de julgar ter um time poderoso e terminar o campeonato 19 pontos atrás do campeão —pode ser mais— lembra o cenário de dez anos atrás, quando o clube saiu da liderança na 33ª rodada para a quinta colocação e a eliminação da Libertadores no final da campanha.

Palmeiras com desenho igual ao do Flamengo 4-1-3-2
Palmeiras com desenho igual ao do Flamengo 4-1-3-2
Palmeiras com atuação diferente do Flamengo: vacilo
Palmeiras com atuação diferente do Flamengo: vacilo

Coincidentemente, o campeão foi o Flamengo.

Na época, a decisão foi de manter Muricy Ramalho, mas a pressão sobre o trabalho impediu que o reinício, em janeiro, tivesse paz para decisões importantes. Muricy foi embora para o Fluminense e terminou 2010 como campeão brasileiro.

Pensando que além do troféu pelo Flu, Muricy ganhou pelo São Paulo em 2006, 2007 e 2008, em cinco temporadas ele só não venceu no Parque Antarctica. Hoje, olhando para trás, pode-se pensar se estava errado apenas o técnico ou se havia coisas equivocadas na maneira de trabalhar do clube.

À parte trocar o treinador, o Palmeiras precisa pensar sobre as coisas que o clube não está fazendo certo. A derrota para o Flamengo força uma decisão, mas também uma reflexão sobre todo o processo. Se não, no fim do ano que vem, pode-se descobrir que Mano pode ser campeão em outro lugar.

O Palmeiras vai conversar com Jorge Sampaoli. O técnico tem proposta do Racing que não o seduz. Se não acertar até dezembro, pode fixar residência no Rio de Janeiro e esperar.

A MAIOR DERROTA

O Palmeiras já teve derrotas importantes no Allianz Parque, como na estreia ou na final do Paulista de 2017, para o Corinthians. Contra o Flamengo, sofrer três gols igualou o que o Sport fez ano passado. Daquela vez, 3 a 2, com menos dor do que no domingo (1º).

A CHANC​E DO CRUZEIRO

Por mais que tenha cometido erros no ano, o Cruzeiro tem suas últimas chances de escapar. Com o empate do Ceará com o Athletico-PR, vencer o Vasco nesta segunda (2) pode tirar o Cruzeiro da zona de rebaixamento e deixar a decisão para as últimas duas rodadas.

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