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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo e Palmeiras devem profundidade

Taticamente, o clássico mostrou velhos defeitos do futebol do Brasil

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Vanderlei Luxemburgo trocou Raphael Veiga por Gabriel Verón, na escalação inicial. Pareceu identificar corretamente o problema dos primeiros jogos do ano. Com Lucas Lima e Veiga, seu time perde profundidade. Agride pouco. Era para ser mais forte no ataque com Gabriel Verón.

Não conseguiu.

Apesar de ter sido melhor durante o clássico e de chutar duas vezes na trave, o Palmeiras empurrou pouco o rival para sua defesa, trocou poucos passes e finalizou pouco. Foi mais incisivo do que o São Paulo nas poucas vezes em que se aproximou da finalização.

O São Paulo manteve a escalação dos últimos jogos. Pato segue no banco de reservas e jogou apenas 11 minutos, sem levar perigo. Incrível como um jogador tão brilhante a ponto de emprestar seu apelido para o autor do gol do Inter, na final da Copa São Paulo, ter tão pouco ímpeto.

Fernando Diniz continua fazendo sua equipe trocar passes e vencer poucos clássicos. No ano passado, pelo Fluminense, venceu um, empatou três e perdeu seis. Perdeu do Vasco de Luxemburgo como técnico do Fluminense, mas venceu no comando do São Paulo, pelo Brasileiro.

Taticamente, o clássico mostrou velhos defeitos do futebol do Brasil. Nem Luxemburgo, nem Fernando Diniz, conseguiram criar condições para que seus atacantes recebessem a bola frente a frente, um contra um, para duelar com seus marcadores.

Homens de verde e de branco correm em gramado
Ramires, do Palmeiras, disputa a bola com Hernandes, do São Paulo, na partida em Araraquara - Cesar Greco/Divulgação

Ao contrário, sempre receberam com marcação dupla. Difícil acreditar no drible, num tempo em que o espaço dos marcadores se torna cada vez menor.

Apesar da baixa qualidade do jogo, é importante notar que os times mais importantes do país buscam o ataque.

O clássico sem emoção em Araraquara deixa como conclusão a necessidade de se cuidar do horário e local das partidas. Não tem jeito de haver jogo de alto nível, atualmente, em Araraquara, às 16h. O calor impede.

Pode ter havido grandes jogos em Araraquara com sol escaldante, quando a habilidade importava mais do que a intensidade. Hoje, não dá.

O meio de campo são-paulino com Daniel Alves e Hernanes organizando carece de força. O Palmeiras teve Ramires e Lucas Lima jogando mais do que em suas últimas atuações, mas não o suficiente para criarem jogadas claras de gol e serem decisivos.

Falta agressividade ao São Paulo e estratégia ao Palmeiras. Dá tempo de corrigir até o início da Libertadores e antes de decidir o estadual.

Foi o primeiro clássico Choque-Rei no século sem reforços contratados no período de transferências.

Desde 1º de abril de 1979, quando o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0, gols de Baroninho e Zé Mário, não acontecia de o primeiro Choque-Rei do ano ser disputado por dois times sem reforços.

Daquela vez, a razão foi o Paulista de 1978 atravessar dezembro e seguir até junho do ano seguinte, quase uma temporada europeia 1978/79. Mas houve emoção.

Desta vez, podia significar que a sequência de elencos serviria para ter times prontos para um ano poderoso. Não foi o sinal do primeiro clássico. À parte o calor, a ideia do 0 a 0 foi de dois times que ainda precisam evoluir muito para sonharem com títulos em 2020. 

Dudu pela esquerda: busca por profundidade
Dudu pela esquerda: busca por profundidade
Meio com Daniel e Hernanes: falta intensidade
Meio com Daniel e Hernanes: falta intensidade

Jogo bom

O Guarani venceu na estreia do estadual, contra a Inter de Limeira, fora de casa. Fez 4 a 0. Sinal de que pode dificultar o Santos de Jesualdo Ferreira em seu segundo jogo. Jesualdo diz que a tarefa de hoje é repetir as coisas boas do primeiro jogo. Pode ser pouco.

Ao ataque

Os primeiros sinais do futebol brasileiro de 2020 são de ataque. Da Copa São Paulo, que teve na final Grêmio e Inter em busca do gol, ao estadual. Nem todos os jogos são bons, mas em regra os times buscam mais o gol. Que seja assim sempre.

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