No início do ano passado, o Athletico de Tiago Nunes ganhava em casa e não conseguia sucesso fora. Depois, melhorou. O Athletico foi campeão da Copa do Brasil eliminando o Flamengo no Maracanã e ganhando do Internacional no Beira Rio.
O péssimo resultado contra a Inter de Limeira impedirá de dizer que 2020 tem duas versões da equipe.
Antes da derrota deste domingo, o Corinthians massacrava em casa. Fez 4 a 1 no Botafogo-SP e 2 a 0 no Santos, sobrando. Contra a Inter de Limeira, o atenuante foi escalar só quatro titulares.
Fora de Itaquera, empatou com o Mirassol, depois de jogar 20 minutos impecáveis, perdeu da Ponte Preta, com boa atuação no segundo tempo, e foi derrotado em Assunção, pelo Guaraní.
No sábado (8), o rival corintiano derrubou o líder do Campeonato Paraguaio, o Olimpia. Venceu por 4 a 2. Dos 3 gols sofridos pelo Guaraní na temporada, 2 foram de pênalti e 1 de cruzamento. É difícil entrar na zaga paraguaia com troca de passes.
O Corinthians conseguiu. Em jogada confusa, passe de Cantillo, Boselli finalizou na trave. Se tivesse convertido, a situação seria mais simples.
Não dá para menosprezar o Guaraní. Se em 2015 o diagnóstico da eliminação foi “soberba”, continuamos olhando para adversários sem pompa como se fossem também sem qualidade.
Há outro problema. Sétima partida oficial do ano, a pré-Libertadores é uma casca de banana. Classificar é obrigação, e eliminação é turbulência, ameaça para continuidade de trabalho, pressão sobre técnico, seja da torcida ou da diretoria.
Além de vencer e repetir o bom desempenho dos jogos em Itaquera, Tiago Nunes precisa encontrar o melhor posicionamento de Luan.
Nas suas boas atuações, especialmente na Libertadores de 2017, Luan encontrava espaço entre as duas linhas, de defesa e meio de campo. Hoje, tem enorme dificuldade para se colocar atrás dos volantes. Sempre vigiado e sem a mesma força, Luan vira presa fácil para os marcadores.
Por isso, o Corinthians depende tanto de Cantillo, o volante. Lá atrás, há mais espaço para controlar o jogo, fazer passes decisivos.
O colombiano é quem mais faz o Corinthians rodar a bola em busca do espaço para acelerar e finalizar. Mas nos seus três jogos, ainda não deu nenhum passe para gol. Também não marcou. Isso reforça a impressão de que Luan precisará voltar a ser a referência, perto de Boselli.
Só que Luan anda discreto. Perdeu pênalti contra a Ponte Preta e marcou, também de penalidade máxima, contra o Botafogo-SP. É pouco.
Dos 11 titulares de Tiago Nunes, 5 não estavam no Parque São Jorge no ano passado. Meio time e mais o técnico. Em seis partidas oficiais, o Corinthians tem duas vitórias, um empate e três derrotas. Quatro pontos a menos do que o Flamengo de Jorge Jesus tinha depois de sua chegada. Tiago teve também menos tempo. Foram 20 dias de treinos antes de Jesus estrear pelo Flamengo. Para o corintiano, foram 17, entre a reapresentação e a estreia no Paulista.
A torcida não vai ponderar nada disso. Na quarta-feira (12), o Corinthians terá de jogar bem e vencer.
POUCO A POUCO
É precoce dizer que Vanderlei Luxemburgo está montando um bom Palmeiras, mas o time tem controlado suas partidas. Zé Rafael como segundo volante é autoria do treinador. Boa ideia. Por enquanto, o Palmeiras só sofreu dois gols na temporada, um deles de pênalti.
VAI COMEÇAR
O próximo domingo será de Supercopa do Brasil. Aconteceu duas vezes, em 1990 e 1991, com vitórias de Grêmio e Corinthians, contra Vasco e Flamengo. Agora, com Flamengo x Athletico e promessa de continuidade, dará certo. Jesus insinua time de 2019, com Léo Pereira no lugar de Marí.
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