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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Bayern é favorito, mas Borussia voltou da parada melhor do que estava

Clássico na terça (26) pode ser a primeira grande decisão durante a pandemia

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Borussia Dortmund e Bayern driblaram a lógica de que jogar sem torcida tira a vantagem do dono da casa. Foram os únicos, além do Hertha, a vencerem como mandantes depois do retorno do Campeonato Alemão, que teve mais vitórias de visitantes.

Os bávaros atropelaram o Frankfurt por 5 a 2, no sábado (23), e o Borussia fez 4 a 0 no clássico da Norte-Vestfália, contra o Schalke, na semana anterior. Esta terça (26) terá a visita do líder, Bayern, ao vice-líder, Dortmund.

São quatro pontos de vantagem para a equipe de Munique, o que significa que pode ser a primeira decisão de um grande campeonato durante a pandemia. Mesmo sem consagrar o campeão matematicamente.

O Bayern é favorito pelo histórico de sete troféus consecutivos, quatro deles com o Borussia como seu vice. Acumula ainda a Champions League, de 2013, e as finais da Copa da Alemanha de 2014 e 2016, sempre vencedor contra o Dortmund.

Os bávaros melhoraram depois de levarem uma surra do Frankfurt no primeiro turno. A derrota por 5 a 1 derrubou o técnico Nico Kovac, substituído por Hans Dieter Flick. Como jogador, Flick foi um meio-campista mediano, vice-campeão da Copa dos Campeões da Europa em 1987, final perdida para o Porto, em Viena.

Por ser jogada na Áustria, a decisão ficou marcada como zebra. Não se imaginava o Porto, do argelino Madjer e do brasileiro Juary, vencendo o Bayern, tricampeão alemão sob o comando de Udo Lattek, primeiro campeão da Europa pelo time de Munique.

Como técnico, Flick fez uma troca simples no meio e escalou Goretzka como terceiro homem, em vez de ter Muller ou Coutinho com os pontas Gnabry e Coman. O setor ganhou consistência. O Bayern era quarto colocado quando Kovac foi demitido, na décima rodada. Na 20ª, oitavo jogo de Flick, assumiu a liderança para não mais perdê-la.

A chance do Borussia Dortmund é triunfar no clássico desta terça. Depois, terá compromisso difícil contra o Leipzig, fora de casa. O Bayern visitará o Bayer Leverkusen e receberá o Borussia Mönchengladbach. Serão seus dois rivais mais complicados.

Jogadores comemoram gol em frente a arquibancada vazia
Borussia Dortmund marcou seis vezes e não sofreu gol no retorno da Bundesliga - Michael Sohn/Reuters

Será também o duelo entre Lewandowski e Halland, artilheiro e vice-artilheiro da Champions League. O norueguês é a terceira versão dos centroavantes rápidos e infalíveis descobertos pelo Borussia. O primeiro foi justamente Lewa, autor de quatro gols na goleada por 4 a 1 sobre o Real Madrid, de José Mourinho, no jogo que ajudou a levar o time à decisão da Champions de 2013. O segundo foi Aubameyang.

O Dortmund é dirigido pelo suíço Lucien Favre e voltou da parada da pandemia melhor do que saiu.

A dupla de armadores formada pelo alemão Brandt e pelo belga Thorgan Hazard deu quatro passes para os seis gols depois do retorno. É provável que tenham sempre por perto, como marcadores, os volantes Kimmich e Thiago Alcântara, este filho da globalização.

Nascido em Bari, na Itália, viveu em São Paulo quando Mazinho, seu pai, atuava pelo Palmeiras. Cresceu no Rio de Janeiro, passou a adolescência na Espanha (seleção que defende) e atua por um clube alemão.

O Bayern tem outro filho destes tempos em que nem o vírus escolhe pátria. O lateral Alphonso Davies nasceu num campo de refugiados da guerra civil da Libéria, na cidade de Buduburam, em Gana. Mudou-se para o Canadá aos 5 anos e recebeu a nacionalidade canadense aos 17, dois anos antes de ser negociado pelo Vancouver com o Bayern. Joga como ponta, meia ou lateral. É global e polivalente.

Alphonso Davies comemora gol que marcou pelo Bayern na goleada sobre o Eintracht Frankfurt
Alphonso Davies comemora gol que marcou pelo Bayern na goleada sobre o Eintracht Frankfurt - Andreas Gebert/Reuters

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