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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Dérbi do Paulista dará o tom para Brasileiro imprevisível

Flamengo, antes favorito, não tem técnico nem certeza de quem trará para o cargo

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Faltam dois dias para o Palmeiras fazer seu primeiro jogo depois da era Dudu. Foram cinco anos com um título da Copa do Brasil e dois troféus e um vice do Brasileiro. Nesse período, só há em comum as presenças de Alexandre Mattos e Dudu. Nenhum deles continua.

Faltam 20 dias para o Flamengo disputar sua primeira partida oficial depois de Jorge Jesus. É mais fácil entender a dificuldade da sucessão do técnico português do que ponderar o peso da perda de Dudu. Para quem imaginava o Brasil igual à liga espanhola, com predomínio de Flamengo e Palmeiras, a temporada recomeça com muitas incertezas. Não só pelas ausências de Dudu e Jesus.

A pandemia mexeu nas entranhas. Tem clube com redução de salário e que paga em dia, que diminuiu remunerações e não paga, que não pagava nada e anunciou redução, que olha no olho para fazer acordo ou que, simplesmente, menospreza o dever de pagar.

O Brasileiro tinha o Flamengo como favorito, e agora o time não tem técnico nem certeza de quem trará. O Palmeiras era o segundo da fila e jogará o Dérbi de quarta (22) inaugurando nova era.

Dudu representou época dourada, após 15 anos com só duas conquistas. O novo ciclo começará com apoio às divisões de base e ao elenco experiente que permanece.

A ideia é mesclar Willian, Luiz Adriano, Bruno Henrique, Weverton e Felipe Melo com Patrick de Paula, Gabriel Verón, Henri, Gabriel Menino, Gabriel Silva...

A estratégia palmeirense está certa, mas pode levar mais tempo para voltar ao período de glórias. O desejo é vencer já, a partir do clássico de Itaquera, mas Vanderlei Luxemburgo já disse que meninos fazem atuações grandiosas num dia e medíocres no outro.

Ramires recebe instruções de Luxemburgo durante treino
Ramires recebe instruções de Luxemburgo durante treino - Cesar Greco/Palmeiras

Os cofres não estão cheios, e as negociações servem para reequilibrar contas. O desafio é encontrar novo protagonista que ajude a brigar pelas taças do Paulista, do Brasileiro e da Libertadores.

Adversário em Itaquera, o Corinthians não pode perder, sob risco de ser eliminado pelo rival e em casa. Tiago Nunes esboça um 4-2-3-1, com Luan preparando jogadas para Boselli, protegido por Ramiro, Gabriel e Camacho. Não terá Cantillo, e o Palmeiras deve jogar desfalcado de Gustavo Gómez.

O Corinthians tem um protagonista que não brilha, Luan. O Palmeiras procura seu craque depois de perder a referência dos últimos cinco anos. O derrotado deveria ser previamente absolvido por um período de 126 dias sem jogos e pela compreensão de que os trabalhos são novos, de Tiago Nunes, em seu 13º jogo, e de Luxemburgo, também com 12 partidas oficiais e sem Dudu.

O clássico será mais do que a prévia do que se verá até as primeiras rodadas do Brasileiro. Não se está falando de falta de ritmo, mas de novos caminhos, tanto para o Corinthians, que tenta acertar com Tiago Nunes, quanto para o Palmeiras, que terá de cimentar um novo caminho.

O projeto palmeirense parece menos ambicioso. Ao contrário, é sólido e de longo prazo. Mas só dará certo com paciência e convicção. No fundo, todos os times vão precisar disso depois da pandemia. Vai ser mais difícil para quem perder o clássico.

O Palmeiras sem Dudu pode ser assim
O Palmeiras sem Dudu pode ser assim - Folhapress
Tiago Nunes faz mistério, mas o Corinthians pode ser este
Tiago Nunes faz mistério, mas o Corinthians pode ser este - Folhapress

Gre-Nal

Assim como em São Paulo, a dupla Gre-Nal poderá carregar o peso da derrota ou da vitória no clássico para a sequência da temporada. Antes da pandemia, dizia-se que o primeiro Gre-Nal da Libertadores pararia o mundo. Não é que parou mesmo? Chance de novo empate.

Calma

O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, deve viajar à Europa no meio desta semana. Mas fala em cuidado na escolha do novo técnico. Melhor demorar um pouco mais e acertar do que decidir rapidamente e precisar trocar daqui a quatro meses. É o pensamento na Gávea.

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