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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Mesmo com Tiago Nunes, Corinthians ainda prefere defender a atacar

Classificação ao menos dá tempo para o treinador tentar ajustar o time

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A classificação serve para dar calma e não será nem necessário agradecer ao São Paulo, que apenas fez sua parte para terminar na primeira colocação de sua chave. Para o time de Fernando Diniz, vencer o Guarani é recuperar a confiança, para buscar o nível que possuía antes da paralisação.

Para o Corinthians, a vaga é sinônimo de chance para melhorar. Apesar de ser o único grande clube a vencer os dois jogos pós-confinamento, o time de Tiago Nunes ainda tem muita coisa para resolver.

Dos 17 pontos conquistados, sete foram nas vitórias sobre Palmeiras e Santos e no empate contra o São Paulo. Foi o rei dos clássicos, mas neles o Corinthians lembrou a versão de Fábio Carille.

Teve menos posse de bola nas duas vitórias e, no empate, chutou menos a gol. Tiago Nunes foi contratado para virar a página.

Contra os pequenos, uma tragédia: duas vitórias apenas. Ganhou do Botafogo-SP e do Oeste. Empatou quatro vezes, perdeu de Ponte Preta, Água Santa e Inter de Limeira.

Apesar da intenção de Tiago Nunes tornar o Corinthians mais agressivo, a campanha revela que o time ainda se sente mais à vontade quando joga atrás.

O contraste do clássico contra o Palmeiras e da atuação contra o Oeste mostra isso. O dérbi foi controlado pelos palmeirenses e vencido pelos corintianos, roteiro que se repetiu em quatro dos últimos dez confrontos, os vencidos pelo Corinthians por 1 a 0, sob o comando de Fábio Carille. Dois com gol da vitória marcado por Rodriguinho, um por Avelar e o de Gil, na quarta-feira (22).

Contra o Oeste, o Corinthians precisava criar e não conseguiu. O que remete ao velho discurso de Fábio Carille que, ano passado, dizia ser impossível atacar e ser mais criativo com o elenco disponível.
Se Tiago Nunes pensasse assim, não aceitaria o desafio, nem repetiria depois do clássico que se está num processo de transformação.

Janderson, Gil, Danilo Avelar e Carlos Henrique durante a partida do Corinthians diante do Oeste, neste domingo (26)
Janderson, Gil, Danilo Avelar e Carlos Henrique durante a partida do Corinthians diante do Oeste, neste domingo (26) - Rodrigo Coca/Agência Corinthians

A perda de confiança com a eliminação da Libertadores faz parte do cardápio. Mas há uma incrível incompatibilidade entre o passe e o gol no ataque corintiano. Nos nove jogos contra pequenos, o Corinthians teve mais posse de bola em todos e fez apenas 11 gols.

O diagnóstico passa pela ausência de um goleador, tanto que Jô volta ao clube, três anos depois de se tornar o primeiro artilheiro do Brasileiro com a camisa alvinegra. Só que a solução também está ligada à forma como o Corinthians leva a bola até a área.

Há dependência de Fagner, e 37% dos gols do ano nasceram do lado direito. Outros 37% nasceram de jogadas pela faixa central, como o de Éderson contra o Oeste. O índice aumentará se Luan evoluir. Espera-se a reação do camisa 7 há três anos.

A outra opção é a bola parada. Não foi acaso ganhar de Palmeiras e de Oeste com jogadas assim.
O Corinthians precisa de um jeito de ser mais envolvente, criativo, goleador, mas é de se admitir que o problema existe para todos os grandes clubes de São Paulo. Nenhum gigante termina com média de dois gols por partida.

Há um ano e meio, enquanto o Flamengo pensava se pagaria ou não para contratar Gabigol em definitivo, um agente de jogadores disse a Marcos Braz: “Gol é muito caro.” O Corinthians tem percebido como é ainda mais caro ficar longe do gol.

Folhapress

MAIS GOLS

O São Paulo jogou com muito mais do que dignidade. Jogou em busca da qualidade de jogo que havia antes da paralisação e apareceu em momentos pontuais contra o Guarani. O time ainda não massacra, mas termina como ataque mais positivo.

MENOS PONTOS

O Santos superou o Corinthians como o pior dos grandes na fase de classificação e só estará em vantagem contra a Ponte Preta, nas quartas, por causa do regulamento. Está entre os oito melhores, embora termine em nono lugar.

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