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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Champions consagra coletivo e craque sem fronteiras

Bayern foi soberano, e Thiago Alcântara, destaque no jogo, é símbolo de futebol globalizado

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A defesa do Paris Saint-Germain era a menos vazada da Champions League e fez primeiro tempo excelente, apesar da pressão de Lewandowski, que chutou na trave. Thiago Silva, Marquinhos e Kimpembe foram muito bem no posicionamento e rebateram quase tudo.

Mas o ataque do Bayern, de Hans-Dieter Flick, é quase infalível. Em 37 partidas, só passou em branco num empate por 0 a 0 contra o Leipzig. Marcou até mesmo nas derrotas para Leverkusen e Mönchengladbach.

Neymar foi discreto. Fez duas boas jogadas no primeiro tempo, mas passou longe de ser decisivo. De melhor do mundo, então, distante.

O jogo coletivo do Bayern foi soberano. É o 14º campeão europeu invicto, o primeiro só com vitórias.
No segundo tempo, Neymar inverteu a posição livre no ataque com Mbappé, que passou a ser o centroavante, para Neymar jogar à esquerda. Mbappé tinha problema no tornozelo, e Thomas Tuchel tirou sua responsabilidade de marcar Kimmich. Talvez por isso, com Neymar e não Mbappé na sua marcação, o lateral cruzou livre, para Coman fazer 1 a 0.

O ponta francês, autor do gol da vitória, era jogador da Juventus na final de 2015, quando Neymar ganhou seu título de Champions, fez gol e terminou artilheiro. Cinco anos atrás, Coman entrou em campo no fim, aos 41 do segundo tempo, no lugar de Evra. Desta vez, foi a surpresa da escalação de Flick.

Surpresa? No fundo, surpresa foi Coman ser reserva durante toda a Super Champions de Lisboa. Sem a condição física ideal, perdeu o lugar para Perisic, mas foi titular na maior parte da impecável temporada do Bayern.

Coman, pela esquerda, e Gnabry, pela direita, recuperaram a capacidade do Bayern de jogar pelos lados, após as saídas de Robben e Ribéry.

Thiago Alcântara segura a taça da Champions League após vitória do Bayern
Thiago Alcântara segura a taça da Champions League após vitória do Bayern - Manu Fernandez/AFP

À parte o gol de Coman e o brilho de Gnabry, autor de um gol típico de Robben, na semifinal contra o Lyon, o Bayern teve Thiago Alcântara em jornada exemplar. O filho de Mazinho repete o estilo de seu pai, cabeça erguida e passes perfeitos por todo o tempo e para todo o campo. Começou mal a temporada. Terminou com brilho.

Thiago Alcântara é o símbolo do futebol globalizado. Nasceu em Bari, no sul da Itália, no período em que Mazinho jogava pelo Lecce. Passou sua primeira infância em São Paulo, com seu pai, paraibano, desfilando talento pelo Palmeiras. Cresceu no Rio, sua cidade por adoção, porque a família viveu lá até que seu pai montou uma escolinha em Vigo, na Galícia.

Conviveu com a família do ex-lateral do Flamengo Adalberto, pai de Rodrigo Moreno, atual centroavante da Espanha. Por crescerem juntos, Thiago e Rodrigo chamam-se de primos. São, de criação. Thiago preferia jogar pela seleção brasileira, mas a CBF disse a Mazinho que precisava privilegiar os jovens de clubes do Brasil. Então, o garoto virou espanhol, mas joga na Alemanha e é brasileiro, de coração.

Quando se imaginava a consagração de Neymar, Lewandowski ou Mbappé, o ano de 2020, que precisou recuperar as barreiras, consagrou na decisão um craque sem fronteiras.

Thiago Alcântara foi o melhor da final. Lewandowski será eleito o melhor do ano.

*

MELHOR PALMEIRAS

O clássico contra o Santos registrou a melhor partida do Palmeiras depois da paralisação. Falta ainda mais criação, mas não se nega a força defensiva. Com Bruno Henrique de segundo volante e Gabriel Menino na direita, o time ganhou consistência no meio-campo.

FLAMENGO TENSO

Domènec Torrent mudou mesmo o jeito de o Flamengo jogar. Agora é um 4-3-3. No primeiro tempo, com Gabigol pela direita e Bruno Henrique de centroavante, com De Arrascaeta no banco de reserva. Três decisões que Abel Braga costumava tomar. Não foi bom contra o Botafogo.

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