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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Majestoso é guilhotina de técnicos, mas não se deve mexer em Diniz ou Nunes

Clássico entre Corinthians e São Paulo já foi motivo de demissão dos dois lados

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O São Paulo já causou 15 demissões de treinadores do Corinthians. É um recorde. Nenhum outro clube provocou tantas quedas de técnicos no Parque São Jorge.

Cinco treinadores deixaram o Morumbi depois de resultados ruins contra o Corinthians. Nesse caso, o Palmeiras empata, já que produziu o mesmo número de degolas no rival.

A informação deveria ser irrelevante diante do clássico de domingo, mas não é, porque há duas semanas se observa o Majestoso como o ponto de maior ebulição para o perdedor, seja Tiago Nunes ou Fernando Diniz.

Qualquer que seja o resultado, não se deve mexer no trabalho nem de um nem de outro.

O São Paulo teve dez técnicos nos últimos cinco anos, e alguém vai dizer que a oscilação de 2020 é culpa de Fernando Diniz? Ele completará um ano no cargo em setembro e é cobrado como se trabalhasse há 12 meses, de verdade. Só que houve quase cinco meses de paralisação, pela pandemia do coronavírus.

Diniz não é um técnico consagrado. Está em evolução. Melhor do que ele tem vários. Guardiola, por exemplo. O São Paulo vai contratar?

Fernando Diniz comete erros e outros acertos, como o de pedir Luciano para o lugar de Alexandre Pato. O equívoco óbvio foi a contratação de Pato, cometido pela diretoria, não pelo treinador, bem antes de sua contratação.

Tiago Nunes diz que Luan apanha demais. Referiu-se às críticas da imprensa. Para um jogador, nada dói tanto quanto ir para o banco de reservas. Nesse caso, quem bateu em Luan foi o próprio técnico, que deixou de escalá-lo.

Ninguém nega o talento do camisa 7 do Corinthians. Tanto que se compara seu pobre futebol de hoje com a riqueza e o brilho apresentados de 2014 a 2017, no Grêmio.

Então, o clássico é uma boa oportunidade para Luan responder que pode ser titular. Também para Tiago Nunes mostrar que confia no seu craque e escalá-lo por 90 minutos.

Por ora, Jô merece mais confiança da torcida do que Luan. Fez cinco gols depois da paralisação. O ex-gremista marcou seis vezes e deu dois passes decisivos, desde sua estreia no Corinthians, em janeiro.

Justo ponderar que sua queda de produção está diretamente relacionada às lesões. Primeiro, na planta do pé. Mais recentemente, no tornozelo. Mas faz três anos que Luan não joga o futebol que o levou à seleção brasileira.

O técnico Fernando Diniz, do São Paulo, chega para o clássico após duas vitórias consecutivas
O técnico Fernando Diniz, do São Paulo, chega para o clássico após duas vitórias consecutivas - Rubens Chiri - 19.ago.20/saopaulofc.net/Divulgação

Os clássicos paulistas têm sido a antítese do futebol da Champions League. Dos 9 disputados neste ano, 4 terminaram com o placar de 0 a 0. Sinal de que nenhum dos quatro grandes clubes de São Paulo conseguiu se estruturar neste ano.

O melhor clássico foi o vencido pelo São Paulo contra o Santos, em março. Mesmo assim, o Brasileiro da pandemia pode permitir que times irregulares briguem pelo troféu. O Flamengo ainda é favorito, mas não está bem. A classificação mostra Vasco, Fluminense e Botafogo acima do campeão brasileiro.

Ganhará o troféu quem entender que, mais do que antes, esse campeonato será uma prova de resistência. Isso exige resiliência nas derrotas. Qualquer que seja o resultado do Majestoso, não será momento de reforçar a estatística e somar mais um técnico degolado.

O exemplo da NBA

Se alguém, por acaso, não entender por que os atletas da NBA pararam o maior torneio de basquete do planeta, por causa de uma tentativa de homicídio de um homem negro em Wisconsin, vale ouvir um verso de uma velha canção do Skank. “Esmola” fala sobre o Brasil, mas é retrato do mundo: “Se o país não for para cada um, pode estar certo, não vai ser para nenhum.”

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