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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O talento corintiano é Luan, mas a solução é Éderson

Volante conseguiu dar ao time a estabilidade que Tiago Nunes buscava

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Luan não é o primeiro caso de um jogador que joga menos do que dele se espera. Só nesta década, há os casos de Ganso, Pato e dos inúmeros técnicos e dirigentes que acreditaram neles. Luan foi um monstro de jogador. No ápice da forma, em 2016 e 2017, ouvia sempre uma pergunta, como elogio: "Em que posição você joga?".

Jogava em todas. Sempre bem.

Hoje, monta-se o time das mais diferentes maneiras para privilegiar o talento de Luan. Em que posição ele joga? Não joga em nenhuma.

Foi campeão da Copa do Brasil, em 2016, como falso centroavante, invertendo posições com Douglas, atuou como ponta esquerda, flutuando atrás dos volantes. Em 2017, foi ponta de lança, atrás de Lucas Barrios, com Renato Gaúcho, técnico na Libertadores.

O jogador Luan lamenta gol perdido contra o Guaraní do Paraguai, pela Libertadores, em fevereiro de 2020
O jogador Luan lamenta gol perdido contra o Guaraní do Paraguai, pela Libertadores, em fevereiro de 2020 - Amanda Perobelli/Reuters

Nessa última posição, o diário uruguaio El País elegeu-o craque da América.

Não é tão raro ver destaques de campeonatos desaparecerem nos anos seguintes. O Corinthians teve Nei, pai de Dinei, nos anos 1960, o futebol paulista teve Enéas. Mais recentemente, Ganso e Pato se tornaram os craques virtuais, de quem sempre se espera o máximo, mesmo sabendo que raras vezes vão oferecer isso.

Luan tem a justificativa de que a lesão na planta do pé tirou sua velocidade e sua capacidade de se movimentar atrás dos volantes.

Se custou R$ 22 milhões, deveria ter de responder com jogadas mirabolantes. Desde o reinício do Paulista, o Corinthians marcou cinco gols e Luan deu dois passes. Ambos de bola parada.

Tudo isso foi parte da dificuldade do Corinthians contra o Mirassol. Depois de sofrer para atacar o Oeste, na última rodada da fase de classificação, Tiago Nunes conseguiu melhorar o meio de campo, com as entradas de Éderson e Mateus Vital.

No primeiro tempo, foram eles os responsáveis pelas três chances. Carlos cruzou para Vital finalizar e Kevin defender. Depois, Éderson entrou como meia direita e cruzou, num lance em que a bola passou por toda a pequena área.

Éderson, Ramiro e Mateus Vital são jogadores que deveriam liberar Luan para brilhar. Eles trabalham mesmo para isso, mas Luan é de lua.

É injusto impor toda a dificuldade da semifinal ao craque do time. O Mirassol jogou bem. Ricardo Catalá montou um 4-2-3-1. Fez linha de quatro homens na defesa, com três zagueiros. Danilo Boza adaptou-se à lateral direita.

Se três jogadores dessem passos para trás, o 4-2-3-1 se tornaria 5-4-1. O Corinthians esbarrou na inteligência do adversário. Mas sempre vai se lembrar que o Mirassol perdeu 18 jogadores, dos quais oito titulares, durante a pandemia.

A polivalência do time do interior fez Daniel Borges ser lateral direito contra o São Paulo, ponta direita no primeiro tempo em Itaquera e jogar aberto pela esquerda na segunda etapa. A estratégia era marcar e sair com velocidade. O Corinthians foi desafiado a ter criatividade que não tem. Exceto em bola parada. Como aos 16 do segundo tempo, quando Luan quase marcou.

Ou com Éderson. O volante deu a estabilidade que Tiago Nunes buscava. O time melhorou muito com o camisa 15. Ofereceu até os gols, três em três jogos. É incrível ter um jogador como Luan e a solução ser Éderson, o volante.

Meninos maduros​

Gabriel Menino foi o melhor em campo, e Patrick de Paula, o autor do gol da vitória. Perceber que há medalhões no banco mexe até com os consagrados em campo. Ou se mexe ou não joga, é a lição do Palmeiras depois da saída de Dudu. Está na final.

O catalão

Jogo de posição é, grosso modo, aquele em que a bola vai até o jogador. Jorge Jesus fazia ataque funcional, em que o jogador vai até a bola. É uma diferença conceitual de dois técnicos que têm em comum a admiração por Cruyff. No fundo, com paciência, Torrent pode ter sucesso.

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