PVC

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

PVC

Se corintianos aderirem ao novo nome do estádio, será impossível não fazê-lo

Daqui para frente, esta coluna tentará sempre dizer Neo Química Arena

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Andrés Sanchez me cobrou ao vivo, em 2014, sobre a razão de eu dizer Allianz Parque, para o estádio do Palmeiras, e não usar a expressão Arena Corinthians.

Na época, respondi: “Eu não digo Itaquerão nunca, para não atrapalhar. Digo Itaquera, porque todos os estádios de São Paulo são chamados pelo nome do lugar e porque o próprio Corinthians informa que Arena Corinthians é uma nomenclatura provisória".

Canindé, Morumbi e Pacaembu são bairros que batizaram seus estádios. Rua Javari é o logradouro e Parque Antarctica nunca foi naming right. Era o parque mantido pela Companhia Antarctica Paulista, que ia aproximadamente da atual avenida Pompéia até a atual avenida Antártica.

Dentro do parque havia o campo onde se jogou a primeira partida oficial de campeonato no Brasil, Mackenzie 2 x 1 Germânia, 12 anos antes da fundação do Palestra Itália, atual Palmeiras.

Daqui para frente, esta coluna tentará sempre dizer Neo Química Arena e só não fará isso nos veículos em que é proibido. Mas sempre na expectativa de entender como o mundo real chamará o estádio.

Allianz Parque tem até placa de rua indicando onde fica. As pessoas, especialmente as palmeirenses, dizem: “O jogo é lá no Allianz".

Ninguém vive numa bolha. Assim como ninguém fala Paulo Machado de Carvalho, a torcida do Palmeiras fala Allianz Parque. Os cadernos de cultura, como a Ilustrada, indicam quando há shows no Allianz Parque.

E aqui vai uma das nossas grandes contradições. Por que quando há um espetáculo musical no Citibank Hall ou no Vivo Rio as emissoras de TV informam?

Mas com estádios brasileiros, não. Como escreveu Juca Kfouri, não existe Arena Palmeiras. Pode existir a arena do Palmeiras e a Arena do Grêmio, com minúscula no caso alviverde, porque não foi batizada assim, diferentemente da gremista.

A recém-batizada Neo Química Arena, em Itaquera, será grafada assim neste espaço, exceto se o povo não adotar. Se a torcida corintiana usar, como faz a palmeirense, será impossível não aderir. Não peça a um jornalista para não dar informação certa.

Mais importante do que a química é a matemática corintiana. Os R$ 300 milhões por 20 anos repetem o valor do estádio do Palmeiras, porque é o que o mercado paga, até mesmo em função de muitos de nós, jornalistas, resistirmos a adotar a nomenclatura oficial.

A Caixa define o valor da dívida com o banco estatal em R$ 536 milhões –o Corinthians discute. Divididos os R$ 300 milhões, dos naming rights, pelos 20 anos de contrato, são R$ 15 milhões por ano. Repita a conta para o valor da dívida e serão R$ 26,8 milhões anuais.

É o bastante para entender que o nome do estádio não acaba com o problema. Mas ajuda muito, especialmente porque o Corinthians arrecadou no ano passado R$ 15 milhões com eventos em Itaquera ---digo, Neo Química Arena.

Com mais R$ 60 milhões de bilheteria, quando os portões reabrirem, os números começam a se aproximar.

Com lápis e papel na mão, é mais difícil fazer os R$ 834 milhões de dívida do clube caberem no orçamento. Andrés Sanchez diz que o número é meramente contábil e a oposição afirma que, se não parar de gastar, o Corinthians não voltará a ser saudável economicamente.

No ano passado, o clube teve receita de R$ 425 milhões, o que indica a arrecadação de R$ 0,51 para cada R$ 1,00 devido. Quando foi rebaixado, em 2007, o Corinthians arrecadava R$ 0,70 para R$ 1 de dívida.

Mesmo com o dinheiro da Neo Química, vai ser preciso muito fosfato para refazer essa conta.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.