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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Fernando Diniz virou o jogo no São Paulo

Entre queda iminente e prestígio absoluto houve sete dias e duas mudanças fundamentais

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Fernando Diniz perderia o emprego se não vencesse o Atlético-GO na quarta-feira (7). O receio da diretoria era chegar sem força a dois confrontos fatais. Primeiro, no Allianz Parque, contra o Palmeiras, onde o São Paulo jamais havia vencido. O segundo, contra Rogério Ceni.

Veja que não se trata de um confronto comum, contra o Fortaleza. É contra Rogério Ceni. Foram três encontros contra o goleiro-ídolo depois de sua demissão, na zona de rebaixamento, em julho de 2017, e três vitórias do São Paulo.

A estatística é conhecida de memória no Morumbi, no andar da diretoria.

A vitória contra o Atlético-GO deu a força necessária para seguir. O primeiro triunfo na casa do Palmeiras reforçou Fernando Diniz. Da queda iminente ao prestígio absoluto, houve sete dias e duas mudanças fundamentais.

O técnico Fernando Diniz durante treino do São Paulo
O técnico Fernando Diniz durante treino do São Paulo - Rubens Chiri / sãopaulofcnet

Diniz devolveu Bruno Alves ao miolo de defesa, depois de dez partidas seguidas sofrendo gol. Não foi vazado nos dois jogos com o zagueiro em campo. Brenner ganhou a posição de Pablo e a juventude colocou quatro meninos de Cotia como titulares.

Luan, um deles, oferece o que Tchê Tchê não tinha como primeiro volante: desarme. Foram 13 recuperações de bola em 14 jogos, cinco atuações sem desarmar nenhuma vez, no caso de Tchê Tchê. Luan roubou cinco bolas contra o Palmeiras.

Com isso, Diniz melhorou defensivamente e conseguiu fazer o que gosta na saída de bola.

Ainda com vícios, como trazer Luciano do ataque, para preencher a frente da área para os primeiros passes. Mas com sucesso incrível na jogada decisiva, com 14 trocas de passe em 40 segundos, de Tiago Volpi até a finalização de Vítor Bueno, na jogada do segundo gol.

O Brasileiro anuncia uma disputa polarizada entre Flamengo e Atlético-MG, mas o São Paulo se coloca numa posição de desafiante. Fernando Diniz virou o jogo.

As mudanças de Diniz: Bruno Alves e defesa imbatível
As mudanças de Diniz: Bruno Alves e defesa imbatível
No segundo gol do  São Paulo, 14 passes e 40 segundos sem o Palmeiras encostar na bola​
No segundo gol do São Paulo, 14 passes e 40 segundos sem o Palmeiras encostar na bola​

O massacre das redes sociais depois do empate contra o Internacional, com 30 minutos com um homem a mais, transformou-se em suave desconfiança depois das vitórias da semana, contra Atlético-GO e Palmeiras.

Ainda tem pela frente Rogério Ceni.

Neste caso, não é um drama para Fernando Diniz, mas para a diretoria. O São Paulo não pode perder a classificação da Copa do Brasil para o Fortaleza, sob pena de transformar os últimos dois meses de gestão num inferno. Diniz só não pode perder a vaga.

Mais importante do que o confronto contra o Fortaleza é o conceito. O segundo gol no Allianz Parque é uma pintura, retrato do que o São Paulo pretende em termos de criação coletiva.

O problema é que a adoração ao desempenho esbarra na obrigação de vencer todos os jogos, como se houvesse algum time, na história, capaz de ganhar sempre.

Tirando a formação clássica do Brasil de 1970, de Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé, não há outro exemplo. Foram só três jogos com os 11 juntos. A formação clássica de Felipão, em 2002, jogou com os 11 titulares só duas vezes.

Quando se escolhe um treinador jovem, sabe-se que o ônus é crescer junto. Diniz vai cometer seus erros até ser campeão pela primeira vez. Depois, seguirá cometendo e corrigindo equívocos, mais ou menos como se fosse... um ser humano comum.

Ah, esqueci. Ele é treinador de futebol.

Projeto Palmeiras
Luxemburgo errou ao dizer que o elenco está curto, depois de perder do Botafogo. Piorou a situação ao perder para o São Paulo. Esqueça simpatia ou antipatia. O Palmeiras mudou. Tinha 36 jogadores ano passado. Agora tem 28, 10 da base e que você não conhecia em janeiro.

Felipão
Se você fosse Felipão, estaria aposentado, descansando. Mas ele quer trabalhar. Há um namoro insistente com o Corinthians. Mas Andrés Sanchez não quer contratar outro técnico antes das eleições. Serão 46 dias de paciência, com Coelho. Isso, se os resultados permitirem esperar.

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