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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Mancini terá vida difícil, mas problema do Corinthians não é o técnico

Desde a goleada para o mesmo Flamengo, em 2019, no Maracanã, clube teve três comandantes

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Vagner Mancini era o técnico do Atlético-GO que venceu o Flamengo por 3 a 0, na segunda rodada do Brasileiro, antes de se sentar no banco de reservas do Corinthians e sofrer 5 a 1, na Neo Química Arena.

As duas partidas, separadas por 67 dias, têm duas diferenças: 1) O Flamengo melhorou com Domènec Torrent; 2) O Corinthians não tem a velocidade do Atlético-GO.

Vitinho comemora um dos gols do Flamengo na goleada de 5 a 1 sobre o Corinthians, em Itaquera
Vitinho comemora um dos gols do Flamengo na goleada de 5 a 1 sobre o Corinthians, em Itaquera - Amanda Perobelli - 18.out.2020/Reuters

Parece inacreditável que uma das armas de velocidade de Mancini, em Goiânia, fosse o ponta Janderson, emprestado pelo Corinthians. Naquele 12 de agosto, o velocista de Mancini ainda vestia a camisa corintiana, na derrota por 3 a 2 para o Atlético-MG, e o atual treinador apostava na velocidade de Éverton Felipe.

Mancini tinha, portanto, dois pontas com a característica mais carente do elenco do Corinthians: velocidade.

A falha ficou mais evidente contra o Flamengo, pela estratégia de atrasar a marcação, para tirar espaço do melhor time do país, que foi subindo a posse de bola e chegou a 56% ao final do primeiro tempo, quando já vencia por 1 a 0.

Mancini foi sincero ao declarar que o Corinthians representa a grande chance de sua carreira, mas parece difícil a reação que leve pelo menos à zona de Libertadores. O campeão brasileiro será o Flamengo, o Atlético-MG ou o Internacional.

Se o diagnóstico se confirmar, terminará com ele a ideia de espanholização do futebol brasileiro, porque nem o Palmeiras parece capaz de brigar pela taça.

Mais surpreendente é pensar que o Corinthians decidiu interromper a trajetória de Fábio Carille ao sofrer 4 a 1 do Flamengo, no Maracanã, teve três técnicos depois da goleada e, no início do novo ciclo, leva de 5 a 1. Pior: desta vez foi dentro de casa.

De onde se percebe que o problema do Corinthians não é o técnico, mas a sequência de decisões erradas, de montagem de equipe, contratações caras e equivocadas e elenco desequilibrado e sem velocidade.

Mancini terá vida difícil e o novo presidente precisará de criatividade, além da torcida para não brigar contra o descenso.

A segunda mudança daquele 12 de agosto, de Atlético-GO 3 a 0 Flamengo, é que o rubro-negro melhorou. Não tem o nível de excelência do tempo de Jorge Jesus, é menos frenético, amassa menos o adversário, mas troca passes com impressionante consciência.

Domènec Torrent escalou Vitinho como segundo atacante, num sistema 4-4-2. Normalmente, prefere três atacantes, mas deu fluidez à equipe, com Everton Ribeiro puxando da ponta direita para o meio, abrindo-se o corredor para Isla cruzar. Foi assim, por exemplo, o quarto gol, marcado por Bruno Henrique.

O Flamengo ainda terá Gabriel de volta em pouco tempo e contou com a sorte de o Atlético-MG ter perdido pontos tolos, contra o Fluminense e o Fortaleza. A vantagem atleticana segue sendo não precisar jogar a Libertadores.

A desvantagem é brigar pelo título contra o melhor time do Brasil e melhor elenco da América do Sul.
Com cinco jogos nos últimos 12 dias, o Flamengo somou 13 pontos. Antes da maratona, tinha seis pontos a menos do que o Atlético-MG. Nesta segunda-feira (19), amanhecerá três pontos à frente.

No mesmo período, o Corinthians trocou de técnico, mas não mudou sua faixa na tabela de classificação.

Campinho do PVC 19.out.2020
Folhapress

O milagre

No Brasileiro dos técnicos estrangeiros, com Dome, Sampaoli e Coudet nas três primeiras posições, Cuca é a exceção. Faz milagre e ocupa a quinta posição sem Marinho e, a partir de agora, provavelmente sem Soteldo. O Santos erra em quase tudo e briga por Libertadores.

Os árbitros

A elegância de assumir o erro de Atlético-MG 3 a 0 São Paulo, mesmo com 40 dias de atraso, não exclui o erro de Leonardo Gaciba na escala de São Paulo x Grêmio. Aumentou a confusão, ao escalar Rafael Traci e mudar o VAR. Só não é para anular o jogo.

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