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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Pressão sobre Fenando Diniz só aumenta

Hora de demitir é quando se percebe que o trabalho acabou e outro precisa começar

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Na loucura do futebol europeu, depois da paralisação pela pandemia e sem a pré-temporada adequada, o Manchester City apanhou de 5 a 2 do Leicester na semana passada. No domingo (4), o Liverpool sofreu 7 a 2 do Aston Villa e o Manchester United levou 6 a 1 do Tottenham.

Ninguém vai mexer com Jurgen Klopp e Pep Guardiola, mas pode apostar que, se fosse no Brasil, alguém levantaria a hipótese de queda, já, de Ole Gunnar Solskjaer, do United. Não se cogitou, ainda.

Na temporada passada, a Premier League viu seus clubes trocarem 7 treinadores em 38 rodadas. No Brasileiro, em 13 jornadas, já caíram 9. A cada vez que se abre uma rede social, alguém pede uma degola. Fernando Diniz é campeão —só de pedidos de demissão.

Fernando Diniz lamenta após eliminação do São Paulo na Libertadores
Fernando Diniz lamenta após eliminação do São Paulo na Libertadores - Agustin Marcarian/Reuters

O São Paulo não evolui, é verdade, e a grande pergunta continua sendo se o clube melhoraria apenas com mais uma troca de treinador.

Vai ficando cada vez mais provável a queda de Diniz, em breve, mas a troca de comando não é a única maneira de fazer um time evoluir. Dos 64 campeões brasileiros unificados —e com o Sport e Flamengo de 1987 na lista—, só 14 venceram depois de mudar o treinador.

Os dois últimos campeões mudaram, verdade. Mas ainda são exceções. Não peça aos são-paulinos que concordem com a estatística nesta segunda-feira (5). Muitos dirão que contra os números há um argumento: demissão.

No passado, Telê Santana melhorou um time que perdeu cinco vezes seguidas em março e ganhou a Libertadores em junho de 1992.

Não significa que Diniz vá fazer o mesmo.

Neste momento, timidamente, Vanderlei Luxemburgo faz o Palmeiras corrigir defeitos de seu ataque. Os sinais são frágeis, porque contra o Bolívar e o Ceará desfalcado, mas seu time finalizou 67 vezes nos últimos três jogos disputados.

É o terceiro colocado do Brasileiro e a defesa menos vazada neste ano, na comparação com 20 clubes da Série A: 20 gols sofridos em 33 partidas. Desses, 13 foram de bola parada.

O problema se repete nos escanteios, como no que resultou no gol do Grêmio, há duas semanas, e do Ceará, no último sábado (3).

O caso do São Paulo é mais grave. O Palmeiras não perde há 20 jogos, e o Tricolor não ganha há 7. As últimas mudanças de Fernando Diniz não mantiveram um defeito, agravaram. Foram 18 gols sofridos nos 11 jogos desde a troca da zaga, de Bruno Alves e Arboleda, para Diego Costa e Léo. Neste ano, houve 30 partidas e a equipe foi vazada 37 vezes. Metade depois da alteração.

O São Paulo não desarma. Contra o Coritiba, dos 8 desarmes, só 2 foram no campo de ataque. Não tem comparação com a volúpia do Atlético, que fez 38% de suas recuperações de posse de bola com seus atacantes, no campo do adversário.

Alguns resultados são inaceitáveis, como o Liverpool levar 7 a 2 do Aston Villa. Mesmo nessas circunstâncias, o único jeito é diagnosticar os problemas e corrigi-los. Nem o vexame vai provocar a queda de Klopp.

A hora de demitir o técnico é quando se percebe que o trabalho acabou e é preciso iniciar outro. Quando é necessário espantar as velhas moscas. Não quando o presidente não suporta a pressão, tira o peso de suas costas e procura outro escudo na lista dos demitidos mais recentes.

O empate com o Coritiba não acalma o ambiente.

CUIDADO, COELHO

Os dois empates e as duas derrotas do Corinthians sob o comando de Coelho mantêm a lembrança de Zé Augusto. Técnico da base, assumiu o time em 2007 e levou a equipe à zona da degola. Na música, outro José Augusto fez sucesso com “Aguenta Coração” e compôs “Evidências.”

Não há certeza de que Coelho não possa ser o treinador, mas o Corinthians segue sem jogar bem, só negando aparências e disfarçando evidências de que pode brigar para não cair.

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