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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Árbitro de Ceará x São Paulo comete equívoco terrível ao tentar acertar

Wágner Magalhães validou gol e voltou atrás depois de reiniciar a partida

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O absurdo erro do árbitro Wágner Magalhães, em Ceará x São Paulo, poderia provocar a maior crise jurídica do Brasileiro desde o rebaixamento da Portuguesa, em 2013.

Wágner validou gol de Pablo, do São Paulo, e voltou atrás depois de reiniciar a partida, o que configura erro de direito.

É um equívoco terrível, provocado exclusivamente pela tentativa de acertar, o que remete a uma célebre frase de Armando Marques: "A arbitragem brasileira mudou muito. Hoje, os árbitros são péssimos. Mas são honestos."

Gabriel Sara carrega a bola durante partida entre São Paulo e Ceará pelo Campeonato Brasileiro
Gabriel Sara carrega a bola durante partida entre São Paulo e Ceará pelo Campeonato Brasileiro - Miguel Schincariol - 25.nov.20/Saopaulofc.net

Há mais desonestidade intelectual em dirigentes de clubes, que induzem ao complô, ao comparar lances diferentes como se fossem iguais. Flamengo e Grêmio já se pronunciaram sobre decisões certas e erradas a favor e contra o São Paulo.

Por exemplo, quando comparam o gol do São Paulo validado contra o Goiás, com o anulado contra o Atlético-MG. A diferença central é sempre um artigo de luxo, chamado informação, que até jornalistas têm preterido em nome da opinião.

O São Paulo tinha uma informação, publicada por este colunista, de que a CBF admitia internamente um erro na colocação da linha de impedimento em Atlético 3 x 0 São Paulo. O gol anulado de Luciano faria o São Paulo abrir o marcador contra o Atlético.

Diga-se, esse erro não levaria à anulação do jogo, por ser erro de arbitragem, não de direito.

De posse da informação, o São Paulo questionou a CBF e recebeu a confirmação do equívoco. No mesmo dia, pediu a substituição do árbitro Rafael Traci, escalado para São Paulo x Grêmio, a partida seguinte.

Traci havia sido o VAR que mal traçou a linha contra o Atlético.

O pedido são-paulino não foi atendido.

Só que a comissão de arbitragem decidiu mudar o VAR de São Paulo x Grêmio, porque Rodolpho Toski Marques tinha sido árbitro de Fortaleza 3 x 3 São Paulo, na quarta-feira anterior, e seria o homem do vídeo no sábado, contra o Grêmio. É protocolo não repetir nomes em duas partidas seguidas de um mesmo clube.

Para corrigir a distorção, Leonardo Gaciba cometeu outra: mudou a escala. Deixou o Grêmio indignado.
Também ficou indignado o Flamengo –e parte de sua torcida– por um gol de Brenner, validado contra o Goiás, sem nenhuma imagem que comprovasse que a bola entrou.

O árbitro de vídeo, Héber Roberto Lopes, explicou que o assistente, Ricardo Bezerra, validou o gol e o VAR não encontrou nenhuma imagem que desmentisse o bandeira.

Torcedores rubro-negros gritaram que, de onde estava, Bezerra não teria condição de validar o gol. Ao que Héber respondeu: "Estava no lugar mais certo possível, porque sua missão era marcar o impedimento".
Nos jogos antes do VAR, a decisão seria do bandeira, no limite do olhar humano. Foi o que aconteceu, por falta de imagem conclusiva na cabine de vídeo.

Nos dois casos, só há informações que levam à conclusão de que os árbitros brasileiros são péssimos, mas honestos.

No mundo, o VAR só está dando certo onde os árbitros são bons: Alemanha e Inglaterra. Mesmo assim, já deu problema num gol do Sheffield United contra o Aston Villa, em que a Premier League admitiu um ponto cego que impediu a validação pelo sistema eletrônico.

No caso de Ceará x São Paulo, a presunção de honestidade de Wágner Magalhães não exclui o eventual pedido de anulação, por erro de direito. Reiniciou o jogo e depois voltou atrás.

O comentarista, Sálvio Spínola, lembra outra frase lapidar de Armando Marques: "Um árbitro apita com a cabeça". No longo processo para melhorar a arbitragem, será necessário colocar a cabeça no lugar antes do apito na boca.

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