PVC

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

PVC

São Paulo goleia usando o moderno e o passado

Candidata ao título, equipe de Fernando Diniz é instável, mas quem não é?

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A decisão do primeiro turno começou com uma discussão prática sobre futebol moderno. Fernando Diniz gritava e pedia que seu time marcasse por pressão, na saída de bola: “Pode entrar, pode entrar!”.

Queria que a equipe avançasse para desarmar perto da área do rival.

Fernando Diniz durante a goleada do São Paulo sobre o Flamengo no Maracanã
Fernando Diniz durante a goleada do São Paulo sobre o Flamengo no Maracanã - Ricardo Moraes/Reuters

Até abusou em alguns momentos: “Tem de ter coragem para ganhar o jogo". O São Paulo tinha. Tanto que construiu a maior goleada sobre o rubro-negro no Maracanã, em 61 anos de Brasileiro.

O Flamengo, então, apresentou o antídoto perfeito para o time moderno e fez o gol com lançamento longo do goleiro Hugo, casquinha de Vitinho e finalização de Pedro.

Domènec Torrent conhece todos os conceitos do futebol moderno, inclusive que é possível refutá-los em determinados momentos de partidas difíceis. Como contra o São Paulo. O passe de Hugo não foi chutão. Nem tudo é chute ao deus-dará quando se tenta o lançamento longo. No caso rubro-negro, a jogada resultou em gol e foi uma demonstração de que velhas práticas também dão resultado.

Mas é bom ser moderno.

Fernando Diniz é, gosta da troca de passes, e seu time chegou ao melhor momento, com nove jogos seguidos sem derrota no Brasileiro. Ainda se olha para o São Paulo como patinho feio na luta pelo título, mas pode ganhar o primeiro turno, se vencer os três jogos atrasados, contra Goiás e Ceará, fora de casa, e Botafogo, no Morumbi.

O São Paulo é instável. Quem não é?

O Flamengo não era, mas tem tido problemas até em resultados heroicos, como a vitória sobre o Goiás ou o empate contra o Internacional. Jogo que teve mais qualidade e emoção do que Barcelona x Real Madrid e principalmente em comparação com Manchester United x Chelsea, na semana passada.

Em Porto Alegre, o Flamengo trocou mais passes do que Barcelona, Real Madrid, Chelsea, Manchester United e Bayern, em seus jogos disputados no mesmo final de semana. E nem isso esconde que o Flamengo não tem a mesma regularidade de antes.

O São Paulo oscila, mas está entre os candidatos ao título. Termina o primeiro turno com o menor número de pontos perdidos.

No Flamengo, Domenèc Torrent vê seu time evoluir. Parece absurdo dizer isso depois de levar 4 a 1. Mas vinha melhorando. Só que time bom também perde. Contra o São Paulo, sofreu a quinta derrota em 21 jogos, mais do que as quatro sofridas por Jorge Jesus em 57 partidas. Os resultados ruins não são porque “o time está posicional demais”, como dizem quando as atuações não ajudam.

São Paulo postado para roubar a bola no ataque
São Paulo postado para roubar a bola no ataque - Folhapress

“Jogo posicional” não é jogo posicionado, assim como tática não é estática. Jogo posicional tem a ver com amplitude, jogo nas entrelinhas, superioridade numérica em cada setor e ataques aos espaços, ou seja, infiltrar-se nos buracos das defesas para gerar opções de passe que produzam gols.

O Flamengo faz isso, e Domènec Torrent não é radical. Ou não terminaria o primeiro turno jogando no 4-4-2, como tem feito, com uma linha composta por Everton Ribeiro e Bruno Henrique, nas pontas, e João Gomes e Gerson, pelo centro.

Flamengo recuado no início do jogo: posicional
Flamengo recuado no início do jogo: posicional - Folhapress

Depois de perder na estreia, para o Atlético-MG, no Maracanã, Dome disse que abriu mão de seu 4-3-3. Jogou no 4-4-2 em várias boas atuações e em outras ruins. Como contra o São Paulo, quando perdeu a chance de ganhar o primeiro turno.

O tabu de Sampaoli

O Atlético-MG não vence o Palmeiras desde o primeiro turno de 2016 e terá uma arapuca pela frente. Andrey Lopes marcou atrás do meio de campo contra o Bragantino e ganhou em contra-ataques. A tentativa do Palmeiras será a mesma.

Sem centroavante?

Vagner Mancini deu recado ao elenco do Corinthians com a dispensa de Sidcley. Quem não se cuidar, vai embora. Taticamente, aposta na ausência de centroavante e venceu assim o Internacional. Mas Jô deve voltar sábado (7) contra o Atlético-GO.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.