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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo perde o brilho antes das decisões no Brasileiro

Time de Fernando Diniz precisa criar métodos para surpreender seus rivais

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Daniel Alves como atacante foi a maior novidade tática do São Paulo, na Arena da Baixada, contra o Athletico. Ficou comum ouvir que o time de Fernando Diniz precisa criar algo novo. Precisa mesmo.

Mas nem sempre é fácil mudar tudo e manter a qualidade, porque alguém dirá: “Não tem convicção”.

Fernando Diniz manteve a coerência tática, o mesmo sistema 4-4-2, mas novamente com a ausência de Luciano, que faz muita falta, adiantou Daniel para jogar solto, criativo, tentando deixar Brenner na cara do gol.

Renato Kayzer celebra o gol do Athletico na Arena da Baixada, contra o São Paulo, neste domingo (17)
Renato Kayzer celebra o gol do Athletico na Arena da Baixada, contra o São Paulo, neste domingo (17) - Rodolfo Buhrer/Reuters

Não funcionou. Daniel Alves fez uma partida correta, não brilhante.

Em parte do jogo, Igor Gomes invertia com ele, tornava-se o atacante, com Daniel à esquerda. Em outros momentos, Daniel voltava a ficar mais livre.

Quando Luciano foi desfalque pela primeira vez, depois da liderança, contra o Atlético-MG, Diniz fez diferente. Adiantou Tchê Tchê, para ser o primeiro marcador na pressão da saída de bola de Sampaoli. Daquela vez, deu muito certo.

Por que, então, não repetir agora?

Porque o Athletico não é o Atlético, e a diferença não é apenas a letra h do seu nome.

A diferença é que a saída do Atlético-MG é seu ponto forte, com três jogadores e Sampaoli empurrando cinco homens para trás. Se a bola não nascer limpa, não chegará ao ataque em condição de criação.

O Athletico é diferente, porque seu esquema não é tão ousado no primeiro passe. Seria mais importante cuidar de ter os mais marcadores no meio de campo.

“É um jogo de xadrez”, disse o centroavante Renato Kayzer na saída do primeiro tempo.

O contra-ataque foi fundamental para o Athletico fazer seu gol. Paulo Autuori tem montado a equipe com Nikão pela faixa central, segundo atacante. A ideia é o desarme na intermediária, mas o São Paulo também sofreu na saída dos zagueiros.

Daniel tornou-se mais meio-campista com a entrada de Vitor Bueno, no lugar de Bruno Alves, no intervalo. Fernando Diniz costuma fazer isto: tirar um zagueiro. Não significa tornar o time mais ofensivo, mas a intenção é sempre essa. Sempre boa ideia.

Tentou isso porque não conseguiu chegar com passes decisivos de seus homens mais adiantados, Daniel Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes, no primeiro tempo. Empatou com chute de fora da área de Tchê Tchê, o nono gol de fora da área da equipe de Fernando Diniz, 18% de sua produção ofensiva no Brasileiro.

Mas o São Paulo segue sofrendo mais do que sofria. Perdeu o brilho. O Athletico finalizou mais, apesar de ter menos posse de bola.

Todo campeão passa por maus bocados, não há campeão invicto desde o Internacional de 1979, e é óbvio que é permitido perder para ganhar o campeonato. Mas é, principalmente, necessário entender como os rivais entendem suas características e as marcam. Criar métodos de surpreender os rivais, quando descobrem seus segredos.

O São Paulo está no momento exato em que precisa descobrir esses anticorpos.

Além de não estar simples, o líder do Brasileiro terá o confronto contra o Internacional na próxima quarta-feira (20). Confronto direto com um dos rivais que mais ameaçam na tentativa de tirar o título do Morumbi.

​O DÉRBI CORINTIANO

Vagner Mancini recontratou Cazares. Conhecia-o do Atlético-MG, onde trabalhou em 2019. Não o queria pelo lado e precisava de seu talento, com preparação física ideal, pelo meio. Passou dois meses trabalhando para isso. Não é coincidência.

O DÉRBI PALMEIRENSE

Difícil medir se será o Palmeiras tenso do jogo contra o River Plate ou leve do primeiro tempo contra o Grêmio. Não se trata apenas da condição física, mas da tranquilidade para jogar. O Palmeiras tem jogadores jovens e talentosos. O desafio é fazê-los jogar bem sempre.

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