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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Centenário da Folha simboliza resistência do jornalismo profissional, também no esporte

Parabéns e muito obrigado ao maior jornal do país, alicerce da democracia

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Narrador da rádio Record na Copa do Mundo de 1958, Braga Junior foi questionado no velho programa Loucos por Futebol sobre sua atuação na Suécia. “Você ia a Hindas?”, perguntou Marcelo Duarte, sobre os treinos no distrito vizinho a Gotemburgo.

Braga respondeu quase ingenuamente: “Hindas? Não. A gente ficava em Gotemburgo. Só fui a Hindas quando acabou nosso dinheiro. Então, bati na porta e pedi: “Doutor Paulo, acabou nosso dinheiro".

Paulo Machado de Carvalho era o proprietário da rádio Record e chefe da delegação da seleção brasileira na Suécia. De onde se entende que críticas já podem ter dado lugar a elogios, nos tempos de jornalismo por amor.

O livro “Minha razão de Viver”, de Samuel Wainer, histórico jornalista da Última Hora, que terminou sua carreira na Folha, conta a passagem de um jovem repórter que, ao saber que o dinheiro não havia caído na conta, cobrou Assis Chateaubriand. Ouviu de volta: “Como? Você não recebeu sua carteirinha dos Diários Associados?”.

Era como se a carteirinha valesse almoço grátis e outros hábitos promíscuos dos tempos em que a profissão não havia sido regulamentada.

Somos jornalistas profissionais, vivemos de nosso trabalho, da cultura acumulada por anos de apurações e por conversas às claras em busca de grandes histórias.

Relação com fonte é no fio da navalha. Sem estar longe e nem perto demais, para não ser confundido com amigo ou coisa pior.

Amigo do jornalista é o leitor, com quem deve ser leal, dar a notícia certa e a análise precisa, feita a partir de todas as informações disponíveis.

O centenário da Folha é um símbolo de resistência do jornalismo profissional. Jornalismo esportivo é parte disso.

Bom jornalismo esportivo é, necessariamente, bom jornalismo. Apurar, checar, rechecar, publicar com certeza. Ter ética nas relações com as fontes, nunca promiscuidade.

Erro de imprensa é completamente diferente de fake news. Jornalista erra, como médicos, engenheiros e advogados erram. Fake news é a mentira proposital, feita para confundir a sociedade.

O jornal organiza e hierarquiza os fatos. O maior jornal do país é alicerce da democracia.
Parabéns e muito obrigado, Folha.

A decisão

O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, foi infeliz ao atribuir à falta de experiência de Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, as reclamações sobre arbitragem na reta final do Brasileiro.

Primeiro porque é preciso debater e melhorar a arbitragem. Segundo porque o Flamengo passou a temporada inteira questionando por que não havia árbitros do Rio em clássicos cariocas, por que havia juízes paulistas em clássicos de São Paulo, por que o São Paulo recebeu a confissão da CBF sobre um erro do VAR num jogo contra o Atlético-MG.

A decisão deste domingo entre Flamengo e Internacional tem o rubro-negro como favorito, por motivos óbvios: elenco e investimento. Mas o melhor grupo de jogadores da América do Sul sabe que não conseguiu, nesta temporada, a regularidade indispensável para um campeão indiscutível.

Nas últimas dez partidas, perdeu de Athletico, Ceará e Fluminense, empatou com o Bragantino e venceu seis vezes. O Internacional ganhou oito, empatou com o Athletico e perdeu do Sport. Se fosse pelo retrospecto, o favoritismo seria colorado.

Só que o Flamengo é mais forte e chega mais confiante.

Também tem Gabriel, que marcou nos últimos cinco jogos. A última derrota rubro-negra coincide com o último jogo sem gol de Gabigol.

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