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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Palmeiras campeão mata rivais em contra-golpes

Time garante melhor temporada em 27 anos com aposta de jogo de Abel Ferreira

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A melhor temporada do Palmeiras em 27 anos terminou ontem com o terceiro troféu oficial. Abel Ferreira não é criativo e inovador como Jorge Jesus, mas sua capacidade de usar as características do elenco palmeirense ajudou a ter o contra-ataque mais mortal do país.

Marcação em bloco médio, bola recuperada na intermediária, velocidade letal para chegar até a área adversária. Ou o arranque rápido, como o de Raphael Veiga, melhor em campo, homem do passe decisivo para o gol de Wesley. Ainda viria o 2 a 0, de Gabriel Menino, outra arrancada letal.

Houve susto no início. Renato inverteu Thaciano, pela direita, e Alisson, pelo centro. Criou chances.

Dos quinze gols marcados pelo campeão da Copa do Brasil, sete foram de contra-golpe e quatro de bola parada, como o de Gustavo Gómez em Porto Alegre, no domingo anterior.

Contraste com o time da primeira taça da temporada, do Paulista, vencido contra o Corinthians, em agosto.

Naquele período, Luxemburgo se orgulhava da melhor defesa do país –segue sendo– e do perde-e-pressiona mais rápido. Recuperações de bola no campo de ataque transformavam-se em posse de bola insistente e estéril.

O Palmeiras campeão paulista era chato de ver. Este não permite piscar.

Com Abel Ferreira, é diferente. Os desarmes e interceptações ocorrem na altura do meio-de-campo e as definições de jogadas terminam dentro do gol com três, quatro passes antes das finalizações.

A ideia de Renato Gaúcho era circular a bola, mas evitar as retomadas pretendidas pelo Palmeiras. “Vamos jogar do mesmo jeito, o mesmo estilo”, disse Renato no sábado, em conversa com este colunista.

Esquivava-se de dizer a escalação, mas já demonstrava o desejo de três mudanças. Avisou que Jean Pyerre não atuaria, manteria Paulo Miranda, desejava a circulação de bola. Sabia que precisava mudar para conseguir a primeira virada da história das finais de Copa do Brasil.

Prancheta do PVC 08.mar.2021
Matheus e Maicon: muita circulação, pouca profundidade - Folhapress

Em 32 decisões, 19 tiveram vencedor no jogo de ida e apenas quatro viradas. Nenhuma destas quatro inversões de marcador aconteceram a favor do visitante.

Seria uma improvável inversão de tendência, o que Renato tentava no Allianz Parque. Não aconteceu.

Ele seguirá no Grêmio, a caminho de seu quinto aniversário como treinador, mas com a diretoria disposta a “rever processos.” Na prática, isso significa ser menos dependente de Renato e Alexandre Mendes, que concentram todo o trabalho no vestiário.

Abel Ferreira é diferente. Tem moral. Terá mais, por completar a mais vencedora temporada do Palmeiras desde 1993. Daquela vez, com Paulista, Rio-São Paulo e Brasileiro. Desta vez, com Paulista, Copa do Brasil e Libertadores.

Outras temporadas ultra-vitoriosas foram as das cinco coroas de 1950-1951: Paulista, Taça São Paulo, Rio-São Paulo, Copa Rio e o bi da Taça São Paulo. Também a de 1972, com Paulista invicto, Brasileiro, Torneio de Mar del Plata, Torneio Laudo Natel e Taça São Paulo.

Vamos combinar que as conquistas de 2020 foram mais impactantes.

Os titulares agora descansarão por doze dias, depois de 79 partidas na histórica temporada 2020. Depois, o time pode até aumentar o repertório. O melhor contra-ataque do país pode também saber circular mais a bola.

NOTAS CAMALEÃO

Crespo mudou o sistema tático do São Paulo, do primeiro para o segundo tempo do clássico contra o Santos. É isso que se prevê de seu trabalho. Crespo gosta de três zagueiros, mas mexe muito na estrutura tática durante as partidas. O São Paulo fez 4 a 0.

ÚLTIMAS CHANCES

Vágner Mancini deu mais uma chance a Luan. O técnico procura um craque, um diferencial. Cazares está acima do peso. O Corinthians será time de garotos, mas precisa de um cérebro. Se não for Luan, só poderá ser Matheus Vital, que melhora a cada jogo. Mas é pouco.

Formação do Palmeiras para a final da Copa do Brasil
Palmeiras: bloco médio e velocidade - Folhapress

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