O maior adversário do Santos nesta terça-feira (6) não será o San Lorenzo, mas a inatividade. Não que o San Lorenzo seja fraco. O técnico Diego Dabove fez excelente trabalho no Argentinos Juniors, já foi oferecido por empresários a dirigentes de clubes brasileiros, tem duas vitórias consecutivas, mas oscila em sétimo lugar em seu grupo da Copa da Liga Profissional da Argentina.
O Santos não joga desde 16 de março e, nesse período, o rival disputou cinco partidas.
Outra questão fundamental é que o Santos muda de rosto de uma maneira que costumamos menosprezar, no Brasil. Com Cuca, o time marcava por encaixe. Com Ariel Holan, por zona. Com Cuca, a marcação da bola parada era individual. Com Holan, por zona. Preste atenção nos gols sofridos pelo Santos após cobranças de escanteio.
Não é culpa do treinador argentino, mas da mudança de sistema, sem tempo adequado para treinar.
Ariel Holan foi treinador de hóquei na grama, é visto como estrategista, mas um de seus agentes costuma dizer que seu maior mérito é motivacional. Que entende pouco de estratégia. Isso contrasta com a lembrança do Independiente campeão da Sul-Americana de 2017, que venceu o Flamengo do colombiano Reinaldo Rueda.
Holan fazia a saída com três homens, tinha o venezuelano Amorebieta como zagueiro e Sanchez Miño como lateral. Por vezes, quem jogava era o lateral Tagliafico, com Sanchez Miño como volante. Os três invertiam posições e confundiam adversários, sem saber ao certo quem conduzia a bola para a transição ofensiva.
O Independiente, de Holan, eliminou o Santos de Cuca nas oitavas de final da Libertadores de 2018, com dois 0 a 0, um deles transformado em 3 a 0 para os argentinos, por causa da escalação irregular de Carlos Sánchez. Erro da diretoria santista.
Na história da Libertadores, o Santos só caiu antes das quartas em 1984 e 2018, a última por obra de Holan.
Além da inatividade, o argentino terá a lesão de Sandry para resolver. Vinicius Balieiro parece o substituto natural, que não possui a vitalidade do campeão mundial sub-17. Sandry é candidato a ser um meia completo, que desarma, constrói, dá passes para gols e finaliza.
Vinicius é polivalente, mas menos talentoso.
O Santos terá o retorno de Marinho, mas com ainda mais tempo de inatividade, voltando da Covid-19 e com a grande dúvida se poderá ou não repetir suas melhores atuações do Brasileiro.
O confronto desta terça-feira será extremamente difícil para o Santos.
O San Lorenzo não deverá escalar os irmãos gêmeos Óscar e Ángel Romero, este último fundamental para o Corinthians na conquista do Brasileiro de 2017, com Fábio Carille. A velha piada sobre como diferenciar os gêmeos —o que dominasse bem a bola era Oscar— não cabe.
Mas o time argentino tem outros jogadores especiais, como Palacios e Ramírez.
Na história recente da Libertadores, quatro vezes os brasileiros fracassaram nas fases preliminares aos grupos. O Corinthians caiu contra o Tolima e o Guaraní, o São Paulo contra o Talleres e a Chapecoense contra o Nacional, em 2018.
Renúncia
Renato Gaúcho viaja ao Equador para o Grêmio enfrentar o Independiente del Valle sem considerar Jean Pyerre. Fluminense e São Paulo cogitaram o meia, mas é difícil que contratem. O atleta é cobrado para ter mais participação efetiva. Cobrar faz sentido. Renunciar, não.
Crespo
Uma das razões de Tchê Tchê deixar o São Paulo para o Atlético-MG é o salário, que bateria R$ 480 mil no meio do ano. Outra é a falta de intensidade. Hernán Crespo gosta muito do futebol de Rodrigo Nestor, 20, que tem seu contrato com o clube em vigor apenas até novembro.
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