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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Futebol Internacional

Semifinais da Champions terão representantes do ataque contra os da defesa

É quase certo que Real e City empurrarão Chelsea e PSG para trás e tentarão se impor

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O Chelsea sofreu apenas nove gols em 21 partidas sob o comando de Thomas Tuchel, alemão que assumiu o lugar de Frank Lampard no fim de janeiro. Com o novo treinador, foram 16 partidas sem ser vazado.

O Real Madrid não marcou em três de seus últimos quatro jogos, mas está invicto há 17 partidas. Dessas, fez gols em 14. Os dois semifinalistas da Liga dos Campeões desta terça (27) estão em reforma.

Os ingleses em mudança de estilo, os espanhóis em plena recuperação após começo instável de temporada.

Zidane não é Guardiola. Poucos treinadores têm sua capacidade de gerenciar talentos e vaidades.

Além disso, as poucas palestras divulgadas, de intervalos de jogos, sempre mostram olhar apurado para a tática. Não é um simples motivador. Parece obrigação, mas chefiar requer inteligência emocional. Nem todos têm.

Na quarta (28), Guardiola fará seu Manchester City atacar o Paris Saint-Germain. Além de Neymar e Mbappé, os franceses têm sorte. O Bayern perdeu Lewandowski por lesão em jogo da Polônia. O City quase ficou sem De Bruyne, com torção no tornozelo. O belga voltou na final da Copa da Liga.

Sob o comando de Mauricio Pochettino, o PSG se fecha em bloco baixo e usa o talento de sua dupla ofensiva. Contraponto, a defesa menos vazada dos semifinalistas é a do City, com três gols sofridos —igual ao Chelsea.

O PSG levou nove gols. O City também tem o ataque mais positivo das semifinais. Só o Bayern marcou mais vezes e já está eliminado.

Se dependesse do que já aconteceu, o Real Madrid seria zebra, porque é quem menos marca e quem mais sofre gols entre os quatro mais importantes times da Europa. Mas o que está em questão não é isso.

É quase certo que Real e City empurrarão Chelsea e PSG para trás, terão mais posse, tentarão se impor. Apesar dos números, o mais difícil de se acreditar é o Chelsea.

Azarão na Copa da Inglaterra, eliminou o City. Defendendo-se. O PSG ganhou do Bayern, em Munique, com 36% de posse de bola. Certamente alguém julgará um absurdo ter um time com Di Maria, Mbappé e Neymar e não tentar o ataque.

Pochettino não acha. Nem o técnico anterior, Thomas Tuchel. Hoje no Chelsea.

O mundo espera pelo terceiro título de Guardiola, e ninguém tem dúvidas de que o time mais espetacular é o City. Mais um dos que fazem a variação do velho WM. Quanto tem a bola, faz a saída com três homens, puxa um dos laterais como armador, dá amplitude pelos lados com seus pontas e empurra três homens por dentro.

O desenho é 3-2-5, um WM. O Real Madrid sofreu por toda a temporada para encontrar uma maneira nova de jogar. Zidane variou do 4-3-3 para o 3-4-3, usa linha de cinco defensores em alguns momentos e não tem segurança de fazer grandes jogos sempre que entra em campo.

Zidane e Guardiola serão os representantes da busca pelo gol nas semifinais. Não terão facilidade para enfrentar equipes que sabem se defender. O City sofrerá, porque cada bola perdida poderá se tornar um ataque mortal, comandado por dois dos melhores jogadores do planeta: Mbappé e Neymar.

Campinhos
Núcleo de Imagem

Mudanças

O Palmeiras era acusado de não ter repertório e depender demais dos contra-ataques. Hoje, há quem acuse Abel Ferreira de mexer no perfil tático, com três zagueiros. O português sempre disse que quer variação jogo a jogo. O Palmeiras precisa apenas ser mais regular.

Recordistas

Mas é difícil chegar a esse ponto com 31 jogos em 110 dias. Neste ano, só o Bahia jogou mais vezes: 32. Todos os times que jogam em alto nível hoje, como o São Paulo, vão perder fôlego no meio da temporada. Recordista na Europa, o City pode perder fôlego também.

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