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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Anvisa não se comunicou em tempo hábil e produziu uma vergonha mundial

Jogo interrompido entre Brasil e Argentina mostra que nada pode ser tão ruim que não possa piorar

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O Brasil não tem jogado bem desde a reta de chegada da Copa América, varia taticamente, mas não seduz e nem convence. A expectativa era de que fizesse boa atuação contra a Argentina, que se visse Neymar reagindo com a bola no pé e não com a câmera em sua barriga.

Em vez disso, assistiu-se a um vexame internacional incrível. Se os argentinos chegaram na sexta-feira (3), passaram pelo hotel e saíram para treinar duas vezes, por que a Anvisa só agiu e bloqueou o jogo proibido quando já havia cinco minutos de bola rolando?

Se quem não está viajando pode não saber que quem chega do Reino Unido deve cumprir quarentena de 14 dias, por que ninguém da Anvisa se manifestou ao saber que os clubes ingleses permitiram os quatro argentinos, liberados por Aston Villa e Tottenham?

A CBF teria de fazer seus nove convocados de clubes ingleses cumprirem quarentena ou haveria um procedimento especial, informação divulgada em primeira análise pela confederação. De acordo com a Anvisa, a quarentena é exclusiva para estrangeiros, por reciprocidade. Mas a CBF cogitou que poderia haver tratamento diferenciado para os argentinos, desde que informassem a verdade, que passaram pelo Reino Unido.

A Anvisa não se comunicou em tempo hábil e produziu uma vergonha mundial.

Sobre a seleção, Tite saiu da atuação ruim contra o Chile admitindo o momento estranho, mas sem dizer que Gabigol jogou aberto pela direita. A ideia inicial era ter Danilo como meia (veja ilustração) e Gabriel entrando em diagonal, para se aproximar de Neymar.

Se Danilo desse conta do buraco criado no lado direito do Brasil, talvez Gabigol jogasse mais perto de sua posição.

Em vez disso, viu-se o time brasileiro trabalhando para Neymar brilhar, bem perto do gol.

Ocorre que Neymar está fora de forma. Bom frisar o termo escrito pelo L’Equipe: fora de forma (hors forme, em bom francês). Ninguém escreveu na imprensa que o brasileiro está gordo. Apenas não está em forma, razão pela qual errou nove passes, chutes a gol e assistências.

Como tem feito, Tite mexeu na equipe taticamente e Gabigol precisou atuar pela direita, ajudando a marcar as subidas de Mena, lateral-esquerdo com passagens pelo Santos, São Paulo, Cruzeiro e Bahia.

Contra a Argentina, Tite tinha mexido na formação, repetindo o meio-de-campo do segundo tempo, com Gérson, abrindo Paquetá pela direita e Éverton Ribeiro à esquerda. Seria um 4-4-2 simples (veja ilustração), Gabigol pertinho das traves, para realizar aquilo que deu origem ao seu apelido.

Podia dar certo e o Brasil poderia sair de campo convencido de que tinha um time em construção.

Qual a chance de as seleções sul-americanas chegarem em nível competitivo à Copa do Mundo do ano que vem, se mal conseguem organizar uma partida sem manchas, e com a aprovação de todas as instituições reguladoras.

O Brasil voltará ao campo contra a seleção peruana, na quinta-feira (9), em condições de jogar bem, com Gabriel mais perto de Neymar. Sua missão é fazer esquecer o que houve contra o Chile, em Santiago. E, principalmente, o que não houve no domingo, em Itaquera, contra a Argentina.

Nada pode ser tão ruim que não possa piorar.

Desenho de dois esquemas táticos usados pela seleção brasileira
Núcleo de Imagem/Folhapress

Diniz

A derrota para o Cuiabá, na Arena Pantanal, era previsível. O Cuiabá sobe de produção e o Santos não crescia sob o comando de Fernando Diniz. A derrota parece vexatória e custou o emprego a Diniz, que precisa pensar no que deu errado com Tchê Tchê, mais do que no Santos.

Ansiedade

As eliminatórias frustradas aumentam a expectativa para Palmeiras x Flamengo, que jogam no próximo domingo (12), no Allianz Parque. Ah... Mas ano passado, foi o jogo que quase não existiu pelo Brasileirão da Covid. Pensando bem, ansiedade para ter um país, outra vez.​

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