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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Palmeiras precisa de uma surpresa contra o Atlético-MG na Libertadores

Equipe mineira é a favorita para conquistar a vaga na final do torneio sul-americano

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O favoritismo do Atlético-MG para a classificação à decisão da Libertadores se expressa em uma informação: só dois jogos sem fazer gols no Mineirão. Das 23 partidas que mandou no estádio, sob o comando de Cuca, só contra América e Boca Juniors houve empate por 0 a 0. Na única derrota, para o Fortaleza, fez gol.

São 13 jogos sem sofrer gol como mandante (56%), os últimos oito consecutivos com os ataques rivais passando em branco.

O agravante é o desempenho sofrível do Palmeiras contra os times mais fortes do Brasil. Jogou três vezes contra o Atlético-MG, perdeu dois e empatou um, sem fazer gol nenhuma vez. Contra o Flamengo, quatro clássicos, um empate e três derrotas.

O Galo não marcou nos dois últimos compromissos: “Foi na casa do Palmeiras e do São Paulo”, justifica Cuca. Os pontos centrais são: 1. O Atlético-MG está melhor; 2. Cuca tem interferido taticamente melhor no time; 3. O Galo tem a defesa menos vazada do Brasileiro e da Libertadores.

O dicionário não inclui a palavra “vencedor” como sinônimo de “favorito”. Ganhar só depois dos 90 minutos e, eventualmente, dos pênaltis.

Mas Abel Ferreira está devendo surpresas. No Allianz Parque, Cuca esperou a chegada do técnico português e pediu que ouvissem o que diria na entrevista obrigatória. Após saber de Abel que pretendia atacar o que o Galo tem como ponto forte, Cuca reuniu sua comissão técnica por 15 minutos, para rediscutir o plano de jogo.

Provavelmente já pensava em prender Allan na saída de jogo e liberar os dois laterais, especialmente Arana. Foi o que tornou o Galo melhor do que o Palmeiras, no Allianz Parque.

O Palmeiras pode perfeitamente voltar classificado do Mineirão, mas é difícil encontrar argumentos para justificar esse pensamento, exceto o fato de o futebol permitir o inesperado. A única estatística favorável aos palmeirenses é ter um ponto a mais na campanha da Libertadores. Num mata mata, não tem a menor relevância.

Abel tem tentado variar os sistemas, diminuiu o índice de gols de contra-ataques, faz saída com três homens, empurra um dos laterais como ponta e... nada disso tem dado certo. É possível que surpreenda atacando, mas é difícil enxergar onde o treinador palmeirense pode provocar a surpresa.

A não ser que copie José Mourinho na semifinal da Champions League de 2010 e escale um ônibus à frente de sua grande área. Aquela estratégia de Mourinho só foi posta em prática por causa da expulsão precoce de Thiago Motta. E aquela classificação ajuda a catalogar o treinador português, hoje na Roma, como um retranqueiro.

Brilhante, mas retranqueiro. O que nem sequer é verdade, porque Mourinho teve, pelo Real Madrid, o melhor ataque da história do Campeonato Espanhol: 121 gols em 38 partidas.

Abel Ferreira rejeita a ideia de que seu time só tinha o contra-ataque no seu limitado cardápio e afirma que sempre buscou o equilíbrio. Ele tem razão. Mas até explicar que tentou agredir e não conseguiu, a fama da retranca já colou.

O Galo disputará sua partida 65 do ano. O Palmeiras, 73.

O desgaste será um dos ingredientes da semifinal desta terça-feira (28). Não será necessário apenas vencê-lo. O vencedor será quem criar o elemento surpresa.

Ilustração de esquema tático
Cuca reuniu comissão técnica e jogou assim após entrevista de Abel - Folhapress
Ilustração de esquema tático
Palmeiras tem puxado Marcos Rocha como terceiro zagueiro - Folhapress

GUARDIOLISMO

Sylvinho tem 35 jogos como técnico na carreira e já se quer a perfeição. Calma. Róger Guedes foi a diferença no clássico, em que o time tentou jogar. Não se esqueça que Sylvinho foi jogador de Guardiola. Se o trabalho seguir, o Corinthians será ofensivo em breve.

REFORMA

O São Paulo segue a tentativa de aperfeiçoar Hernán Crespo, mas contra o Atlético-MG voltaram suas convicções. Marcação homem a homem, porque o Galo faz perseguição individual. Fazia sentido. Contra Atlético-GO e América-MG, Crespo mudou a marcação e a pressão.

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