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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Copa Libertadores 2021

Vascaínos e botafoguenses podem ser conquistados por marketing palmeirense

Cariocas órfãos de título também representam oportunidade

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O recém-inaugurado Memorial, no primeiro andar do Allianz Parque, expõe uma preciosidade. Um troféu construído em forma de obelisco retrata o Maracanã, homenagem da torcida carioca ao Palmeiras e do Palmeiras ao Flamengo, retribuição ao carinho recebido nas semifinais da Copa Rio, em 1951.

O rival palmeirense, naquele ano, foi o Vasco.

O que era amizade com os rubro-negros, virou rivalidade.

Não exatamente bilateral.

O presidente Paulo Nobre mandou confeccionar uma camiseta com a deselegante frase “não deu nem para o cheirinho”, depois de conquistar o Brasileiro de 2016. Depois, em 2018, os jogadores do Palmeiras desfilaram cantando em frente à loja do Flamengo, no aeroporto Santos Dumont. Provocação pura.

Palmeiras e Flamengo ganharam seis dos últimos nove troféus mais relevantes do país - Alexandre Vidal - 30.mai.21/Flamengo

Mas a rivalidade do Palmeiras continua sendo com o Corinthians, e depois com o São Paulo. O rubro-negro é um rival sazonal, como foi o Grêmio dos anos 1990.

A ausência de competidores de seu nível, no Rio, produz comportamento diferente. Quem vive na capital fluminense escuta rubro-negros se referirem ao Palmeiras como o antagonista.

Ainda não há espanholização no futebol brasileiro, como mostra o Atlético-MG, líder da Série A. Mas seis dos últimos nove troféus mais relevantes do país ficaram com Flamengo e Palmeiras, nos últimos três anos: Brasileiros 2018 (verde), 2019 e 2020 (rubro-negros), Copa do Brasil 2020 (verde), Libertadores 2019 (rubro-negra) e 2020 (verde).

Se você quer que o desempate seja a Supercopa, está valendo.

Mas o tira-teima será mesmo a final da Libertadores, a primeira disputada pelos dois mais recentes campeões. Nunca havia acontecido isto: os dois vencedores das duas últimas edições duelarão pela hegemonia.

Também não aconteceu com os espanhóis, que ainda aguardam por uma decisão de Champions League entre Barcelona e Real Madrid. Fizeram semifinais em 1960, 2002 e 2011, a última já no período Guardiola x Mourinho.

Em 2015, o Barcelona se classificou para a finalíssima numa terça-feira. Na quarta, o Real Madrid precisava vencer a Juventus por 1 a 0. Aos 11 minutos do segundo tempo, Morata marcou para a Juventus e impediu a Europa espanholizada.

Atlético de Madrid e Real Madrid disputaram as finais da Champions de 2014 e 2016. Barça x Real, nunca.

Palmeiras e Flamengo farão a decisão aguardada, num momento em que muita gente imaginava o Atlético tornar o futebol brasileiro menos polarizado.

O Palmeiras chegará muito forte à decisão de Montevidéu e com brios feridos, por não ter vencido seu rival sazonal nos últimos nove confrontos. Também não duvide de que o Rio de Janeiro do arco-íris pinte-se de verde –vascaínos, botafoguenses e tricolores. Mesmo assim, mais de metade da cidade será vermelha e preta.

Palmeiras pode contar com o apoio de vascaínos, botafoguenses e tricolores na final da Copa Libertadores, contra o Flamengo - Washington Alves - 28.set.21/Reuters

São Paulo também será verde e com corintianos, são-paulinos e santistas torcendo contra o Palmeiras. A diferença é a carência de vascaínos e botafoguenses, com chance maior de ser conquistados se o Palmeiras fizer um ataque de marketing ao Rio de Janeiro.

Na quarta-feira (29), dia seguinte à classificação palmeirense, no Mineirão, havia ambulantes vendendo bandeiras verdes e brancas, num sinal em frente ao Barra Shopping.

As pesquisas indicam que 24% da população brasileira não têm clube. Estão à espera de ser conquistados.

Os cariocas órfãos de título também representam oportunidade.

A final em Montevidéu pode criar a necessidade de inventar um novo obelisco em referência à parte da torcida carioca órfã de conquistas. A ausência de um rival carioca forte não fez bem a ninguém. Nem sequer ao Flamengo.

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