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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2021

Brasil se esqueceu de que no futebol se ganha e se perde

Sylvinho e Renato precisam ter, no mínimo, respeito ao trabalho até o fim do ano

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A volta do público aos estádios é uma esperança não apenas do fim da pandemia, mas do dia em que haverá apoio das arquibancadas em contraposição ao ódio das redes sociais, mais contagioso do que o coronavírus.

Os pedidos pela saída de Sylvinho, com manifesto assinado por torcida uniformizada, e a indignação com Renato Gaúcho a cada insucesso do Flamengo —5 empates e 3 derrotas em 27 partidas— são só a ponta do iceberg.

Os debates sobre futebol melhoram timidamente. Mas segue-se avaliando que os problemas coletivos das equipes têm como única solução a ruptura com treinadores. Nos últimos três meses, técnicos de bom nível e métodos modernos reconhecidos por jogadores foram demitidos ou execrados.

Técnico Sylvinho durante partida do Corinthians contra o Internacional, em Porto Alegre
Técnico Sylvinho durante partida do Corinthians contra o Internacional, em Porto Alegre - Diego Vera/Reuters

O Corinthians só venceu o Internacional em 6 das 32 visitas ao Beira-Rio pelo Brasileiro. O resultado deste domingo (24) não seria razão para mudar, se perdesse.

Rogério Ceni caiu no Flamengo por causa de duas derrotas. Abel Ferreira teve seu nome envolvido em manifesto de facção uniformizada, em que se falava em "contagem regressiva".

Os métodos de Renato foram discutidos no Flamengo antes da contratação, não apenas depois da derrota no Fla-Flu. Uma corrente debatia a centralização em torno de seu nome, problema que deixou marcas no Grêmio. Havia também o trauma de Rogério ter deixado a Gávea acusado de querer tomar decisões sozinho, sem ouvir o departamento de análise. Ele sempre teria peso, só não decidiria solitariamente.

Renato aprisiona Andreas Pereira e Everton Ribeiro - Folhapress

Houve quem defendesse outros nomes, como Maurício Barbieri. Por que a opção por Renato? Pense na repercussão se o nome fosse outro... O Brasil pensa na figura midiática, não no trabalho.

Renato é apontado como culpado de o Flamengo perder jogo coletivo —em parte é, sim. Sylvinho recebeu quatro reforços e o Corinthians melhorou. Mas, em seu 30º jogo, cinco meses após chegar, há muitos defendendo sua saída. Perder para o São Paulo foi o gatilho. Mas há quatro anos não vence no Morumbi.

Não é injusto apenas com Sylvinho. É injusto com o Corinthians, 17º colocado quando Vagner Mancini chegou, na 15ª rodada de 2020, 12º no fim do Brasileiro 2020 e sétimo neste momento.

O Corinthians melhorou. Não por causa de Sylvinho, nem apesar dele. O que precisa evoluir é o clube. O time avançou porque ganhou quatro jogadores importantes. Giuliano e Renato Augusto fazem a bola circular, mas agridem pouco. Para o fundo do poço a que o Corinthians chegou nos últimos anos, há de se saber que a evolução terá de ser gradual.

O Corinthians ideal troca passes e agride pouco - Folhapress

Juro que, há 20 anos, sonhava que meus filhos gostassem de futebol, porque o esporte ensina sobre a vida: ganhamos e perdemos. Todos os dias. Parece que o futebol brasileiro se esqueceu disso. Ah, se fôssemos tão rigorosos com o nosso próprio trabalho. Com nosso país.

Sylvinho e Renato precisam ter, no mínimo, respeito ao trabalho até o fim do ano. Depois, avaliam-se os técnicos e os dirigentes que os contrataram.

Vini e Rodrygo

Os possíveis novos protagonistas brasileiros na Europa foram decisivos no clássico espanhol. De Vinicius Junior para Rodrygo e, deste, o passe para Alaba marcar. O Real Madrid venceu com os dois meninos do Brasil titulares. Ancelotti repetiu a escalação na Champions e na Liga.

A caminho

O Atlético-MG venceu o Cuiabá com dificuldade e pela força de seu volume de jogo. Nos momentos de quebrar retranca, abusa dos cruzamentos. Foram 22 no primeiro tempo, o último feito por Arana para o gol de Hulk. Não é o estilo mais bonito. O Galo está a caminho do título.​

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