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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Domínio do Brasil no subúrbio do mundo do futebol

Flamengo dá espetáculo, enquanto Liverpool e Manchester City oferecem uma aula tática

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Melhorou. Os duelos táticos, a variedade de estilos, o auxílio dos técnicos estrangeiros, misturados ao estilo de brasileiros inquietos com as estratégias, como Cuca, empurram o futebol do Brasil em direção ao que acontece no presente.

Mas não adianta dominar as competições sul-americanas e seguir com a impressão de que os jogos assistidos às 16 horas, pelo Brasileiro, representam um esporte de menor rotação na comparação com a hora do almoço, na Europa.

O Flamengo dá espetáculo e fez belo jogo contra o Athletico. Chapecoense x São Paulo foi mais insosso. Nada como a aula tática de Liverpool 2 x 2 Manchester City às 12h30 de domingo (3).

Os primeiros dez minutos mostraram o Liverpool subir a marcação com seis homens. Fabinho pressionava Rodri, Jones pegava De Bruyne, Henderson contra Bernardo Silva. À frente, Salah pelo centro, Mané à esquerda e Diogo Jota pela direita dificultavam a saída dos zagueiros.

Jorge Jesus dizia, antes de enfrentar o Liverpool pelo Mundial 2019, que nenhuma equipe do planeta pressiona os primeiros passes dos rivais com três homens, como a equipe de Jurgen Klopp. Contra o City, seis estavam acima da linha do meio-de-campo.

Mohamed Salah, do Liverpool, disputa posse de bola com o português João Cancelo, do Manchester City em jogo no domingo (3) pela Premier League - Paul Ellis/AFP

Em quinze minutos, os jogadores de Guardiola se livraram da pressão e começaram a criar chances concretas, com Foden matando Milner pela esquerda. O técnico catalão promovia o primeiro passe com três homens, puxava o português João Cancelo na linha de Rodri e empurrava cinco no ataque.

Não existe duelo tático no mundo do futebol semelhante a Klopp x Guardiola. A pressão e posse de bola do catalão contra o gegenpressing –a contra-pressão– do alemão. O contra-ataque do contra-ataque, como prega Jurgen Klopp, sempre em busca da retomada da bola que abrirá espaço na defesa contrária.

No sábado (2), o Atlético-MG deu exemplo de time que não desiste nunca e quer sempre o ataque. Outro modelo. Cuca usa princípios do futebol brasileiro aprendidos desde os anos 1950, como a marcação por zona com encaixe. A referência para marcar é o jogador rival e as perseguições individuais abrem buracos atrás.

Mas, como um enxadrista, Cuca estuda movimentos e asfixia o adversário. Contra o Internacional, tirou meio-campistas, enfiou quatro homens no ataque e ganhou por 1 x 0 pela teimosia que permitiu a seus atacantes ficarem um contra um com os zagueiros colorados.

Folhapress

Foi uma estratégia do passado escalar Réver como centroavante nos minutos finais contra o Palmeiras. Como o técnico holandês do Barcelona, Ronald Koeman, fez para empatar o jogo com o Granada, duas semanas atrás. O ataque aéreo também é estratégia, embora antiga, deu certo para Koeman e errado para Cuca, nos jogos Barcelona x Granada, Atlético-MG x Palmeiras. Inversamente proporcional à qualidade do trabalho de Koeman e Cuca.

Renato, no Flamengo, tem dificuldade para fazer seu time se compactar. Brilha no ataque. Abel, no Palmeiras, tenta o 3-2-5 de Guardiola, mas tem sido mais eficiente para surpreender na defesa do que no ataque.

Melhor não rotular.

O repertório dos times do Brasil se amplia. Mas nunca poderá ser bom, enquanto alguém comparar os jogos de cá com os da Europa dizendo que são esportes diferentes.

O outro empate

De outra categoria, mas Bragantino 2 x 2 Corinthians também fizeram partida emocionante. O time da Red Bull está mais montado e talvez tenha cedido o empate no fim pelo desgaste de escalar dez jogadores iguais à semifinal da Sul-Americana. O Corinthians melhora. Aos poucos.

Recorde negativo

O São Paulo nunca teve média de gols marcados tão baixa na história do Brasileiro. Podia ter melhorado este recorde negativo, por ter desperdiçado chances com Rigoni e Calleri, com gol anulado. O tropeço contra o lanterna produzirá discussões sobre métodos de Crespo.

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