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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu

Neymar não se diverte e o Brasil não nos diverte

Na Colômbia, o que mais chamou a atenção foi ele dizer que a Copa de 2022 pode ser sua última

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Desde o retorno dos jogos das seleções sul-americanas, durante a pandemia, o Brasil jogou 17 vezes, venceu 14, empatou 2 e perdeu para a Argentina. Os resultados são melhores do que o desempenho e até superiores aos da França, de Mbappé, Benzema e Pogba, campeã da Liga das Nações.

A França possui a melhor seleção do planeta, mas empatou com Bósnia e Ucrânia em setembro, contraste com a fantástica performance contra a Bélgica e a boa atuação da final diante da Espanha. Na semana passada, deu susto ver no mesmo dia França x Bélgica e comparar com Venezuela x Brasil.

Na Europa, um show. Na América do Sul, um suplício.

Neymar teve atuação discreta na partida entre Brasil e Argentina
Neymar teve atuação discreta na partida entre Brasil e Colômbia - Luisa Gonzalez/Reuters

Foi diferente contra a Colômbia, porque a seleção brasileira teve bons momentos no primeiro tempo. Mas está evidente que o Brasil teve mais momentos para otimismo durante a preparação para a Rússia do que agora.

Dos 17 jogos pós-paralisação, Tite só repetiu a formação da semifinal para a final da Copa América. Usou a primeira fase para rodar todo o elenco, e o resultado da competição foi a perda da noção de qual equipe Tite prefere.

Há variações táticas. Por vezes, a seleção sai para construir o jogo com três homens por trás, dois médios, cinco enfiados no ataque. Outras vezes, joga no 4-3-3, como na final contra a Argentina. Contra a Colômbia, duas linhas de quatro e a aposta em Gabigol e Neymar como dupla. Boa tentativa. Nem Gabigol nem Neymar foram bem.

Seria simplista dizer que a diferença do Brasil para a França é que eles têm Mbappé, Pogba e Benzema. Não é só isso. A seleção perdeu a memória até dos melhores jogos que fez depois da Copa —e não foram muitos.

Sabíamos que a equipe tinha base, com Firmino como pivô, Gabriel Jesus, Coutinho e Neymar por trás
—ou Everton Cebolinha na Copa América. Hoje, é impossível dizer como joga.

Núcleo de Imagem

Não é necessário ter o time pronto a um ano da Copa. É até desejável que cresça até dezembro de 2022. O problema é ver os jogos se repetirem sem perceber coerência e evolução.

O ponto positivo é o cardápio de jogadores. Foram 82 convocados desde a Copa da Rússia, 52 que não haviam sido chamados antes. Tite não tem medo das novidades, e isso é bom.

O exemplo recente é Raphinha, gaúcho com passagem pelo Avaí, amizade com Bruno Fernandes, a quem conheceu no Sporting, e Marcelo Bielsa como avalista, seu treinador no Leeds United. Raphinha melhorou o desempenho da seleção contra a Venezuela e deu alguma luz ao segundo tempo contra a Colômbia.

Núcleo de Imagem

Diferentemente de Neymar. É óbvio que a seleção precisa de seu maior talento, mas ele não faz uma partida incontestável pela seleção desde os 4 a 2 contra o Peru, pelo primeiro turno das Eliminatórias. Na Colômbia, o que mais chamou a atenção não foi sua capacidade de driblar ou brilhar. Foi dizer que a Copa de 2022 pode ser sua última, porque não sabe se terá condições de cabeça.

Embora seja legítimo e lembre o caso de Simone Biles, a afirmação reforça a impressão de que o futebol já não é o que mais diverte Neymar. Talvez por isso, o Brasil já não se divirta tanto com seu maior craque.

Fugindo​

O Santos foi dirigido por Fábio Carille em seis partidas e tem apenas dois gols marcados. Contra o Grêmio, com o correto auxílio do árbitro de vídeo. A vitória contra os gremistas anima, mas é preciso cuidado, porque o Santos segue sem jogar bem. No 3-5-2, ataca e defende mal.

Reuniões

O Palmeiras deve ter semana de reuniões para discutir o que anda de tão errado para que a equipe tenha perdido 7 de seus últimos 10 jogos do Brasileiro. Se não jogar para ser o terceiro colocado do campeonato, voltando a vencer, não chegará firme à final da Libertadores.​

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