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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Rogério Ceni muda todo o plano de jogo do São Paulo

Lesões fizeram que, com Crespo, a equipe perdesse intensidade nos treinos

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Treinar na noite anterior à sua reestreia no São Paulo não foi golpe de marketing de Rogério Ceni. Foi necessidade. O novo-velho treinador marcou o treino noturno porque sabe que a mudança não é só de liderança no vestiário. Muda todo o sistema de jogo.

Crespo perdeu o debate interno em que se tentou quebrar o que se chamava de dogmas de jogo. O técnico argentino sinalizou concordar com a diminuição das perseguições individuais, com o aumento da pressão no campo de ataque, mas sempre voltou para seus conceitos nos momentos de aperto. Natural que fosse assim.

Rogério Ceni em seu primeiro treino na volta ao São Paulo
Rogério Ceni em seu primeiro treino na volta ao São Paulo - Rubens Chiri-13.out.21/saopaulofc.net

Quando se muda o técnico, não se mexe apenas no modo de liderar. A troca de Crespo por Rogério mexe com muita coisa. Sai a marcação individual, entra a marcação por zona, a pressão no campo ataque será feita com mais gente, a saída de trás já mostrou Liziero entre os zagueiros, liberando os dois laterais ao mesmo tempo.

Um deles, Reinaldo, esquecido por Crespo.

Não está em discussão a qualidade do treinador argentino, campeão da Copa Sul-Americana pelo Defensa y Justicia. Houve desajustes. A sequência de lesões fez com que Crespo diminuísse a intensidade dos treinos e a condição física ficou insuficiente para manter as perseguições individuais.

Rogério empatou na estreia e terá enorme desafio no clássico contra o Corinthians. No Morumbi, o São Paulo não perde do rival há sete partidas, desde a polêmica do fair-play de Rodrigo Caio, em 2017. O técnico naquele dia era Rogério.

O aproveitamento do “mito” na primeira passagem foi pior que o de Crespo (49% x 57%). Tudo desafia Rogério Ceni. Especialmente o amadurecimento, aos poucos, do Corinthians dirigido por Sylvinho. As chegadas de Giuliano e Renato Augusto transformaram um time de contra-ataque em uma equipe baseada na troca de passes.

Crespo usava três zagueiros, um volante e marcação individual
Núcleo de Imagem

Willian deveria ser ameaça para a lateral direita são-paulina, que teve dois canhotos depois da saída de Orejuela —Wellington e Rodrigo Nestor.

A lesão de Willian atrapalha o Corinthians e o bom futebol de Gabriel Pereira ameaça o São Paulo. O clássico terá disputa pelo controle da bola e pergunta sobre que estratégia dominará o jogo. O Corinthians cadencia com Giuliano e Renato Augusto, acelera com Mosquito pela esquerda e precisará da posse de bola para repetir seu estilo recente. O São Paulo terá de marcar os dois meias corintianos.

A melhor aposta pode ser por Liziero e Rodrigo Nestor, capazes de desarmar e ganhar o duelo na soma de técnica e juventude.

Núcleo de Imagem

Nem Sylvinho, nem Ceni estão sedimentados entre os melhores treinadores do Brasil. Nem mesmo Rogério, atual campeão brasileiro, mas que sabe precisar de um trabalho incontestável no Morumbi, depois de sair do Flamengo consagrado pelo título e contestado pela torcida. Também criticado pelas relações internas, especialmente com o departamento de análise. Pode ser injusto, mas é a realidade.

Os dois jovens treinadores não se baseiam apenas na liderança e no carisma. Não são da turma do “vamos lá.” O treino é a base de tudo.

Sutileza

Abel Ferreira manteve a saída de três homens contra o Internacional, mas liberou Marcos Rocha e prendeu Felipe Melo para o primeiro passe. O Palmeiras ficou mais perigoso pelos lados e voltou a vencer, mas ainda não foi convincente. O técnico não foi bem nas alterações.

Geografia

O risco de Vasco e Cruzeiro não subirem junta-se à chance de queda de Grêmio e Santos. Os pequenos se organizam, os grandes vivem com velhas pressões, políticas, econômicas ou causadas por relações com técnicos centralizadores. A Série B ganha jeito de Série A.

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