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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Dono da Crefisa se arrepende de ter emprestado dinheiro ao Palmeiras

Ação produziu multa de R$ 30 milhões da Receita e análises de que haverá conflito de interesses

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José Roberto Lamacchia é o dono da Crefisa e decidiu que não emprestará nem mais um centavo ao Palmeiras. Ele acabou de renovar o contrato de patrocínio e o cumprirá rigorosamente.

Mas o empréstimo que alcançou R$ 170 milhões para compras de jogadores produziu multa de R$ 30 milhões da Receita Federal e análises de que haverá conflito de interesses quando Leila Pereira for presidente do Palmeiras. Isso gera descontentamento em Lamacchia. "Eu me arrependi", diz.

Haverá conflito de interesses, é o que pensa esta coluna. O dono da Crefisa discorda. Garante que Leila fará a gestão mais transparente que já se viu e não julga haver comprometimento da relação, porque a renovação do contrato de patrocínio já está assinada.

O casal posa para foto; Leila com camiseta do Palmeiras e Lamacchia de paletó escuro e camisa azul clara
Leila Pereira e José Roberto Lamacchia em evento no Allianz Parque - Mathilde Missioneiro - 14.fev.20/Folhapress

O Palmeiras ainda deve R$ 132 milhões à Crefisa (valor atualizado, divulgado pelo clube após a publicação desta coluna) por causa dos aportes para compras de jogadores, antes cadastrados como propriedades de marketing, mas transformados em empréstimos depois da multa da Receita Federal.

"Sempre foi empréstimo e o que pagamos em um ano ao Palmeiras dá para pagar tudo", afirma o dono da empresa. "Já colocamos mais de R$ 1 bilhão no clube, entre patrocínios e prêmios."

Esta coluna dará crédito a Lamacchia e Leila Pereira para entender a administração. Boa sorte.

As gestões de clubes brasileiros produzirão outros debates. América-MG, Botafogo e Cruzeiro procuram sócios no mercado internacional. Os mineiros têm um pré-contrato assinado com investidores dos EUA, uma minuta que leva em conta os riscos, como o que afetou o Belenenses, em Portugal.

"Estudamos muito bem o caso", conta Marcos Sallum, ex-presidente e conselheiro do América.

O Belenenses está na quarta divisão, enquanto o Belenenses SAD disputa a Liga Portuguesa. SAD significa Sociedade Anônima Desportiva. A modalidade jurídica ajudou a melhorar o futebol português, campeão europeu em 2016. Mas a falta de atenção permitiu um litígio entre o clube de Lisboa e os empresários que se associaram ao Belenenses, para criar a SAD.

O clube, campeão nacional de 1946, precisou recomeçar dos torneios distritais e atualmente está na Quarta Divisão.

Enquanto isso, o Belenenses SAD segue na elite, sem poder jogar no estádio do Restelo nem usar o escudo do tradicional time do bairro do Belém, de onde partiam as caravelas.

No Brasil, a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) será uma conquista e pode transformar o Brasileiro. Mas é preciso se lembrar de que não existe milagre e muito menos santos. O Botafogo e o Cruzeiro colocaram a XP Investimentos no mercado, à procura de parceiros.

O América já tem seu futuro sócio, norte-americano. Se fosse indiscutível e poderoso, compraria um clube da Premier League. Em vez disso, procura um mediano time sul-americano. Pode ser bom para o América, desde que o contrato seja cuidadoso e detalhista.

Portugal cuida disso.

Nas últimas semanas, discutiu-se a aproximação do norte-americano, John Textor, co-proprietário do Crystal Palace, de Londres, interessado em comprar o Benfica e levá-lo à bolsa de Nova York. "Não existe segunda oportunidade de causar a primeira boa impressão", escreveu o advogado Luis Miguel Henrique, no diário Record.

Tratava da sensação de oportunismo causada pela aproximação de Textor. Kia Joorabchian dava autógrafos no Pacaembu, dois anos antes de o Corinthians cair à Série B.

"Atenção! Esses casos poderão ocorrer no Brasil com a nova lei", alerta Luis Miguel.

A SAF tem tudo para revolucionar o futebol brasileiro.

Mas não haverá milagres nem milagreiros.

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