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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Final da Libertadores será briga de gato e rato

Duelo terá um time acostumado a atacar e outro que se transforma de acordo com as circunstâncias

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Abel Ferreira contou ao site "The Coaches Voice" que costumava jogar Football Manager na juventude. Enquanto seus amigos escolhiam os times mais fortes, Abel preferia os mais frágeis. Times pequenos da segunda divisão portuguesa, como o Penafiel, ou médios, como o Sporting Braga.

"Como um cara pequeno, como Napoleão, conseguiu grandes vitórias? Com estratégias. Com artimanhas."
Conta ter trabalhado com treinadores que treinavam e outros que ensinavam. Os que treinavam gritavam: "Pressão!" Jesualdo Ferreira, seu professor, fazia perguntas como "onde vai?" e "por quê?"

"Para mim, o futuro é este jogo de gato e rato dentro de uma mesma partida. Adaptar-se às mudanças táticas, reagindo ao adversário."

Dizer que a final de Montevidéu será um jogo de gato e rato não significa pensar que Abel levará vantagem. Haverá o duelo entre um time acostumado a atacar, o Flamengo, e outro que se transforma de acordo com as circunstâncias das partidas, o Palmeiras.

Abel gesticula à beira do gramado
Abel Ferreira pode surpreender na final da Libertadores - Carla Carniel - 25.set.21/Reuters

Os melhores momentos da carreira de Abel Ferreira foram com estratégias de defesa. Falta-lhe uma demonstração de explorar deficiências dos rivais, atacando. Brilhou no Paok, ao derrotar e eliminar o Benfica de Jorge Jesus da Champions League de 2020. Pelo Palmeiras, dificultando o jogo do Atlético-MG no Mineirão.

Ganhou de Jorge Jesus, mas jamais venceu o Flamengo, contra quem perdeu três e empatou uma.
No duelo de estratégias de sábado (27), o rubro-negro será o gato, em busca dos esconderijos e das tentativas de fugas do rival, que pode se comportar como um ratinho que só somou um ponto dos 27 disputados contra os seis primeiros do Brasileiro.

Também pode ser a ratazana que ganhou do Grêmio, de Renato Gaúcho, a decisão da Copa do Brasil.
A única dúvida do Flamengo é se começará com De Arrascaeta ou Michael. No primeiro caso, Felipe Melo, ou Danilo, será o vigia do uruguaio, que estará em sua casa, o estádio Centenário. O lateral de Abel, Mayke ou Luan, se preocupará com Bruno Henrique.

Já pareceu provável que o português escalasse um zagueiro na função. Hoje, é mais certeiro pensar em Mayke, mais veloz para a função, mesmo que o atacante a ser marcado seja Michael, a segunda hipótese.
Renato conversou com Everton Ribeiro, o questionou sobre a hipótese de escalá-lo como meia central e ouviu sua preferência pelo lado direito do gramado.

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Ataque pela direita: Piquerez marca Isla - Folhapress

Na vitória do Flamengo por 3 a 1, no Allianz Parque, segundo turno do Brasileiro, Piquerez subiu para pressionar a subida de Isla, e Zé Rafael vigiou Everton Ribeiro. Deu errado, quando Raphael Veiga não pressionou Andreas Pereira e deixou o volante palmeirense contra dois marcadores. Everton Ribeiro ficou livre para cruzar para o gol de Michael.

O Flamengo tem mais craques e a diferença da finalíssima pode estar aí. "Se o teu adversário está no mesmo nível que você, pode atacá-lo", escreve Abel Ferreira. "Mas às vezes tem de aceitar que o rival é mais forte. E, nesses casos, é preciso estar equilibrado."

Não está claro se Abel pensa que o Flamengo é mais forte. Seria o lógico, pela qualidade individual do adversário e por não tê-lo vencido nos quatro enfrentamentos. Mais uma razão para ansiar pelo início do jogo. Não despreze a hipótese de o técnico do Palmeiras estar escondendo o time e entrar com três zagueiros.

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Bruno Henrique ou Michael contra Mayke: mano a mano - Folhapress

Padrão Champions

É possível imaginar que o jogo de gato e rato previsto por Abel seja semelhante à final da Champions League, entre Chelsea e Manchester City. O time de Londres jogou com três zagueiros e dois volantes. Amarrou o City, jogou bem e ganhou com precisão na saída de bola.

Sylvinho

Duilio Monteiro Alves gosta da ideia de dar a Sylvinho continuidade. Há pressão pela saída, mas é cada vez mais difícil negar a qualidade do trabalho. O maior problema da equipe ainda é falta de agressividade, mas houve 21 finalizações contra o Santos. E vitória.

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