A Fifa entrega nesta segunda-feira (17) o prêmio de melhor jogador do mundo pela trigésima vez e será a 15ª edição em que o vencedor não terá conquistado nenhum dos troféus mais cobiçados por seus clubes. Nem Copa do Mundo, nem Champions League, nem Eurocopa.
É provável que o The Best seja entregue a Messi, campeão da Copa América pela Argentina. Onze das últimas quinze premiações foram para destaques individuais de times ultra vencedores. Das quatro exceções, Messi ganhou três.
Em 2010, quando caiu nas quartas da Copa do Mundo e nas semifinais da Champions; em 2012, ano em que ganhou só a Copa do Rei; em 2019, campeão espanhol.
Quando não há alguém que esteja na condição de melhor do mundo, entrega-se a quem é, de fato: Messi.
O egípcio Salah, do Liverpool, e o polonês Lewandowski, do Bayern, concorrentes de Messi, também passaram longe dos títulos mais cobiçados.
O contraponto é que os melhores times de 2021 não têm nenhum finalista individual: Chelsea e Itália. Donnarumma concorre a melhor goleiro do mundo. Foi campeão e escolhido como melhor jogador da Eurocopa, mas não concorre com Messi, Salah e Lewandowski.
Entre os goleiros, Neuer concorreu em 2014.
O concurso deste ano marca a primeira ausência de Cristiano Ronaldo desde 2010, mas expressa principalmente o ano do jogo coletivo. Quem do Chelsea, campeão da Champions League, poderia concorrer a melhor do mundo? Talvez o volante Kanté. É mais raro ver um meio-campista defensivo premiado do que um zagueiro, como Cannavaro ou Beckenbauer.
Da Itália, só Jorginho, além de Donnarumma.
Não é justo dizer que a Itália tenha representado a vitória do defensivismo. Ao contrário, a Azzurra de Roberto Mancini foi marcante pela ofensividade e, sempre em busca do gol, alcançou a maior série invicta da história das seleções nacionais –37 partidas.
O Chelsea venceu o Manchester City na decisão da Champions League com 42% de posse de bola e permitindo apenas um chute da equipe de Pep Guardiola. Razão pela qual é possível que Tuchel, ou Mancini, ganhe o troféu de melhor técnico, embora todos saibam que o destaque de sua profissão é Guardiola. O Messi dos treinadores.
É curioso o fascínio pelo prêmio individual num esporte tão coletivo e que a cada ano depende mais dos ensaios de jogadas para permitir aos melhores jogadores ficarem em situações de um contra um. Se não houver estratégia coletiva para isso, os gênios sucumbem à marcação dobrada, às vezes triplicada.
Fato é que o Chelsea e a Itália foram as melhores equipes do ano e não têm nenhum concorrente ao The Best, entre os jogadores. Entre as mulheres, a situação é diferente. A favorita é Alexia Putellas, já contemplada com a Bola de Ouro da France Football e homenageada em música do Skank, composta em 2013.
Samuel Rosa e Nando Reis juntaram o nome da craque da Champions League, campeã pelo Barcelona, aos de Messi e Gaudí. As três finalistas estiveram na decisão europeia: Alexia e Jennifer Hermoso, do Barcelona, Sam Kerr, australiana do Chelsea.
Não dá para dizer que é uma tendência, porque desde 2004 os homens tinham sempre um finalista campeão da Champions, Euro ou Copa do Mundo. Mas no The Best, este ano, foi o jogo coletivo.
Não é justo
Não parece justa a pressão sobre a diretoria do Palmeiras pela contratação de um centroavante. Primeiro, porque o clube já contratou Navarro. Segundo, porque tem sido mais comum comemorar títulos do que quando se ia ao aeroporto festejar a contratação de Miguel Borja.
O alemão
Técnicos alemães foram oferecidos ao Atlético, antes da contratação de Antonio Mohamed. A reação foi julgar que o Brasil ainda não virou Arábia Saudita, para precisar de treinadores que necessitem de intérpretes. Fato. Mesmo que Lothar Matthäus tenha dirigido o Athletico, em 2006.
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