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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Ancelotti, Guardiola e Klopp fazem disputa de estilos

Maio vai definir a vitória de um transformador ou a de um detalhista

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O mundo espera a primeira final de Liga dos Campeões entre Jürgen Klopp e Pep Guardiola, numa semana que se inicia com Carlo Ancelotti festejado por ser o único técnico a conquistar as cinco maiores ligas da Europa. Nem Cruyff, nem Arrigo Sacchi.

Carlo Ancelotti foi campeão italiano pelo Milan, inglês pelo Chelsea, francês pelo PSG, alemão pelo Bayern e espanhol pelo Real Madrid. Se não bastasse, só ele, o escocês Bob Paisley e o francês Zinédine Zidane ganharam três vezes a Copa dos Campeões da Europa.

O técnico europeu mais vencedor de todos não é tratado como o melhor, e o momento de Klopp e Guardiola ajuda a entender por quê. Ancelotti é o simples, o trabalho árduo e silencioso. Kaká já o definiu como o melhor administrador de talentos que conheceu.

Ancelotti orienta Kaká em jogo do Milan em 2005 - Giampiero Sposito - 17.abr.05/Reuters

Certeza de que lidar com a fogueira das vaidades é das missões mais árduas dos grandes técnicos. O treino é o grande argumento, e a justiça das decisões, a maior sedução aos craques.

Guardiola, pelo Bayern, levou 4 a 0 do Real Madrid, de Ancelotti, na semifinal da Liga dos Campeões de 2014 e tentará a revanche nesta quarta-feira (4). Seu duelo de ideias é com Klopp. Até 2008, José Mourinho parecia levar o futebol para o caminho da força defensiva e certeza dos contra-ataques.

Guardiola apareceu como se tirasse o futebol das mãos de Mourinho, indo para o sul, e anunciasse ao mundo que agora iria ao norte, ao ataque. Klopp fez o mesmo a partir do Borussia Dortmund, da temporada 2010/2011, e do conceito de gegenpressing. Em outras palavras, a pressão para matar o contra-ataque.

O livro "Entre Linhas", do jornalista inglês Michael Cox, explica em dois conceitos as duas diferenças entre Klopp e Guardiola. O catalão fez seus times pressionarem a saída de bola do adversário para ter a bola, porque sem ela seu time ficaria exposto. Fazia o controle do jogo a partir da circulação e dos passes, e sua pressão buscava quebrar as linhas de passe.

Klopp pressiona sempre o homem com a bola, para fazer o desarme, e partir o mais rapidamente possível em direção ao gol. Os técnicos alemão e espanhol têm objetivos iguais, com meios diferentes. Ambos foram transformadores.

Klopp e Guardiola têm objetivos iguais, com meios diferentes - Carl Recine - 16.abr.22/Reuters

​Klopp diz não haver um camisa 10 como a pressão alta, porque levaria muitos passes até deixar seu meia criativo em condição de fazer o passe decisivo, enquanto um desarme perto da área pode ser também uma maneira de deixar o artilheiro de frente para o goleiro.

Os dois técnicos transformadores serão os favoritos deste meio de semana nas semifinais da Champions League. Não convém menosprezar o Real Madrid e seus 35 títulos espanhóis, 13 Ligas dos Campeões. Nem desdenhar de Carlo Ancelotti, o único estrategista capaz de ganhar os cinco melhores campeonatos nacionais do mundo e ser recordista de troféus da Champions League.

Tudo isso com o entendimento de que futebol não tem controle remoto e, como dizem os três badalados treinadores, quem decide é o jogador. Está claro como água, e mais ainda depois de Manchester City 4 x 3 Real Madrid, um massacre tático dos ingleses, que manteve o confronto aberto graças ao talento de Benzema –e também de Vinicius Junior.

Maio vai definir o campeão da Europa e a vitória de um transformador –Klopp ou Guardiola– ou a de um detalhista, como Ancelotti.

Campinhos
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REAÇÃO

O pior momento do Corinthians contra o Fortaleza foi até descobrir como sair da pressão imposta pela equipe de Vojvoda. O Fortaleza pressiona muito no lado da bola, na saída de jogo. O Corinthians só se encorpou quando melhorou a qualidade do passe na defesa.

HOMEM DE FERRO

Gustavo Gómez foge do rodízio de jogadores de Abel Ferreira. Chegou a 11 partidas seguidas como titular. É o único. A razão é sua capacidade de recuperação entre os jogos. Mas o Palmeiras dá alguns sinais de sentir a maratona física e emocional.

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