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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Maratona de jogos interfere no poder de marcação das equipes

Mesmo o líder Palmeiras tem sofrido para manter o rendimento nos jogos

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Não dá para pensar que o Palmeiras perdeu para o Athletico-PR por falta de repertório ofensivo. Sabendo que Felipão encaixaria a marcação, Abel Ferreira mudou o posicionamento do ataque em comparação com os jogos anteriores.

Adiantou Mayke como ponta, puxou Raphael Veiga na meia direita, Scarpa na meia esquerda, Rony de centroavante e Dudu na ponta esquerda. Defendia com linha de quatro, tradicional, mas atacava com um desenho de 3-2-5.

Felipão usou a marcação de encaixe que sempre o caracterizou. Hugo Moura perseguia Raphael Veiga, Erick lutava para tirar de Scarpa sua enorme capacidade.

Disputa de bola durante partida entre Palmeiras e Athletico, no Allianz Parque, pelo Brasileiro
Disputa de bola durante partida entre Palmeiras e Athletico, no Allianz Parque, pelo Brasileiro - Cesar Greco - 2.jul.22/Ag. Palmeiras

Uma das diferenças do Campeonato Brasileiro para os europeus é esse estilo para marcar, que parece individual, mas copia Zezé Moreira, técnico apontado como inventor da marcação por zona, no Fluminense da década de 1950.

Ninguém no Brasil marca como a Itália fazia, com o lateral esquerdo Facchetti perseguindo Jairzinho do lado oposto e abrindo o corredor para Carlos Alberto fazer o gol coletivo mais belo de todas as Copas.

No Brasil, encaixa-se a marcação na zona em que o zagueiro está e se faz a perseguição, não no campo todo.

O Palmeiras no ataque: 3-2-5
O Palmeiras no ataque: 3-2-5 - Núcleo de Imagem

Contra o Flamengo, o Palmeiras fez Piquerez correr atrás de Éverton Ribeiro até a meia esquerda, um longo caminho. Abel Ferreira explicou: "Não é marcação de campo inteiro como fazia o Crespo ou faz a Atalanta, na Itália. Só em alguns jogadores e só do lado da bola. O Palmeiras faz marcação mista, pressionando do lado da bola."

É diferente com Felipão. É diferente com Felipão. Em 12 das 15 rodadas do Brasileiro, a classificação mostrou líder e vice-líder dirigidos por técnicos estrangeiros. Normal, levando em conta os times mais fortes terem optado por portugueses e argentinos.

A tabela não tinha líder nem vice-líder com técnico brasileiro desde a quarta rodada, quando o Bragantino ocupou a segunda posição. Agora tem Felipão, aos 73, mas com as mesmas estratégias em que sempre acreditou.

Sai com a bola pelo chão, mas não renuncia a um chutão se for preciso. Gosta dos lançamentos que invertam o lado da jogada e surpreendem rivais. Aposta na marcação por encaixe, como fez com Hugo Moura e Erick contra Raphael Veiga e Scarpa.

A marcação por encaixe de Felipão
A marcação por encaixe de Felipão - Núcleo de Imagem

Ganhou com contra-ataques e reabriu o campeonato. Parte da imprensa insinuava repetir o erro de 2019, época em que o Palmeiras de Felipão liderava na parada para a Copa América, na nona rodada. Dizia-se que já era campeão. Terminou em terceiro lugar.

A maratona de jogos torna impossível, até mesmo ao excelente Palmeiras, manter o desempenho em todas as partidas. Por isso, tem a pontuação mais baixa de um líder desde 2013, a terceira pior marca dos Brasileiros com vinte clubes.

Talvez este volume de jogos facilite até mesmo a Abel Ferreira fazer perseguições individuais, em alguns jogos. É mais fácil do que treinar, pela falta de tempo, e fazer a marcação por zona que se faz na Europa, em que a referência é sempre a bola.

Atenção: campeão só em 13 de novembro, data em que terminará esta enorme corrida com obstáculos.

O Boca Juniors

O adversário do Corinthians desta terça-feira (5) é o time argentino que mais evoluiu nos últimos seis meses. Está organizado e tem Villa, homem de velocidade e drible. Mais difícil do que o Boca é saber quem Vítor Pereira poderá escalar. A vida do treinador não está fácil.

Uma vitória

Não adianta culpar Fabián Bustos e trocar de técnico mais uma vez. O Santos tem limites e só os ultrapassará com trabalho de médio prazo. Claro que a situação não está boa. Nos últimos dez jogos, os santistas venceram apenas uma partida.

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