Ranier Bragon

Repórter especial em Brasília, está na Folha desde 1998. Foi correspondente em Belo Horizonte e São Luís e editor-adjunto de Poder.

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O parlamentarismo sai do armário

Congresso monta agenda de governo diante do que vê, e do que não vê, sair do Planalto

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Após uma experiência de mentirinha durante o Império, a fugaz existência nos anos 60 e a sua rejeição, pela população, no plebiscito de 1993, o parlamentarismo tenta pela quarta vez o sucesso no Brasil.

Em entrevista à revista Veja e no podcast que inaugurou nesta segunda (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escancarou a gestação de uma agenda própria de governo. Em parceria com o seu colega de partido e presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), busca-se agora não apenas barrar sandices vindas da BIC presidencial. 

A ideia é montar uma espécie de gabinete ministerial paralelo, comandado por Maia, Davi e os partidos que lhes dão sustentação no Congresso, e tirar daí projetos para a retomada do crescimento econômico, geração de emprego, saúde, educação, entre outras áreas.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, durante entrevista à Folha, neste mês
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, durante entrevista à Folha, neste mês - André Coelho/Folhapress

O plano Maia de governo inclui como prioridade, inclusive, o combate à pobreza e à desigualdade 
—ação que, se algum dia foi pensada de forma séria por Bolsonaro, ele se esqueceu de torná-la pública.

O parlamentarismo branco que se avizinha tem raízes com Michel Temer (2016-2018). O emedebista se manteve no cargo graças à parceria com a parte do Congresso que lá o colocou, mas ali o comando ainda era, majoritariamente, do Executivo. 

Nos últimos seis meses, o modelo criou coragem para sair do armário após as barbaridades baixadas via decreto, como o das armas, a balbúrdia dos olavistas e os reiterados sinais de que a cabeça de Bolsonaro está ocupada, mesmo, é com temas como a tomada de três pinos, a importação de bananas do Equador e a ida ou não da corrida de Fórmula 1 para o Rio —o que tomou boa parte de sua agenda nesta segunda. 

O presidente mudou sua articulação política e disse, no fim de semana, que querem transformá-lo em uma rainha da Inglaterra. Reage ao governo Maia-Davi. Fiel à máxima de que não existe espaço vazio na política, eles se propõem a colocar as mãos no leme que, hoje, enxergam completamente abandonado.

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