Raquel Landim

Jornalista especializada em economia, é autora de ‘Why Not’, sobre delação dos irmãos Batista e a história da JBS.

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Acabou o Carnaval e chegou a hora de Bolsonaro mostrar resultados

Já é possível apostar que o presidente não vai conseguir enrolar o mercado por muito tempo

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) aproveitou o último dia do Carnaval para publicar a mensagem mais escatológica de sua intensa atuação nas redes sociais e, apesar de toda a reação contrária, não dá sinais de que passará a respeitar o decoro que o cargo exige.

Mas já diz o ditado que o ano no Brasil começa depois do Carnaval. A partir de segunda-feira (11), com o início dos trabalhos no Congresso, o jogo efetivamente começa. E por mais que Bolsonaro se esforce para desviar o debate, passará a ser cobrado por um ente impiedoso e que até agora entusiasmado com o novo governo: o mercado.

Nos últimos dias, o dólar sacudiu e quase bateu em R$ 3,90. Operadores experientes acreditam em especulação passageira, aproveitando dias de pouco movimento. Ao contrário do que pode parecer, os investidores não se assustaram com o tuíte do presidente.

Os mercados ainda dividem o governo na ala séria –Paulo Guedes, Sérgio Moro, os militares– e na folclórica –Damares Alves, Ernesto Araújo, Ricardo Vélez e, claro, os três filhos de Bolsonaro.

Todavia não é exagero dizer que os mercados estão mais reticentes. Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO Câmbio, saíram de um otimismo exagerado no início do governo para algo mais realista. Deram-se conta de que a tramitação da reforma da Previdência no Congresso será delicada, demorada e enfrentará resistências.

Vão acompanhar o processo com lupa, até porque conseguem depreender muito pouco sobre a dinâmica desse Congresso pulverizado e de como vai ser a relação do governo Bolsonaro com deputados e senadores.

“Vivemos uma situação binária. Se até maio tivermos sinais de que a reforma avança nas comissões da Câmara, o dólar se desvaloriza e a bolsa sobe. Caso contrário, será complicado. Até lá vamos aguardar”, diz Nehme.

E por que a reação do mercado é tão importante? Porque antecipa as tendências e dita o humor da economia real. Com ações em alta e dólar em baixa, as empresas tem mais dinheiro para investir e gerar empregos e os consumidores mais recursos para comprar.

Resumindo: é bom Bolsonaro parar de atrapalhar Guedes e sua equipe e começar a mostrar resultados. Se não dá para ter esperanças de que o presidente vai deixar de bradar sua pauta conservadora, já é possível apostar que ele não vai conseguir enrolar o mercado por muito tempo.

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