Sei muito bem que minha coluna só tem meia dúzia de leitores, e por isso não vejo problema em compartilhar aqui um texto que achei, no mínimo, interessante. Pensando bem, acho até que é de leitura obrigatória. A princípio, não sabia quem era o autor, mas um amigo meu, que trabalha no Ministério da Educação, disse que o autor é Franz Kafta, um escritor tcheco de origem árabe. Leiam e tirem suas conclusões.
Quando certa manhã Gregor Samsa, que era uma barata gigante, acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado numa espécie monstruosa de presidente da República. Estava deitado de costas e viu que havia uma faixa presidencial sobre seu ventre marrom.
“O que terá acontecido comigo?”, pensou ele. Mas seu quarto continuava igual. O revólver e o celular estavam ali, na mesinha de cabeceira. Gregor olhou para a janela e viu a chuva batendo na vidraça. Aquele clima o deixava triste. “Que tal se eu dormisse mais um pouco e esquecesse essa maluquice?”, pensou. Mas não conseguiu realizar seu intento, pois logo entraram no seu quarto vários assessores com planilhas, estatísticas, pesquisas e ameaças de processos contra sua família, que era do grupo dos artrópodes. Gregor saiu dali correndo, movimentando velozmente suas seis patas.
Lá fora, deparou-se com uma manifestação de milhares de senhoras que se autodenominavam “As Tias do WhatsApp”. Elas estavam armadas com chinelos enormes, e vinham em sua direção, gritando palavras de ordem como: “Chega de pagar mico!”, “Votei nessa coisa e agora todo mundo fica me zoando!” e “O barato saiu caro!”. Neste momento, Gregor acordou sobressaltado e viu que aquilo era apenas um sonho. Felizmente, ele ainda era uma barata gigante normal.
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