Renata Mendonça

Jornalista, comenta na Globo e é cofundadora do Dibradoras, canal sobre mulheres no esporte.

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Corinthians e Palmeiras fazem maior final da história do Brasileiro Feminino

Jogo de ida da decisão terminou com vitória de 1 a 0 do time alvinegro, no Allianz

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No futebol e no esporte em geral, a gente gosta de medir feitos usando termos grandiosos como “maior da história” ou “melhor de todos os tempos”. Não existem critérios únicos para determinar isso, é parte da subjetividade divertida que o esporte traz. E que nos faz perder longas horas em eternas discussões de bar ou de programas esportivos para definir quem tem razão.

Se nem Pelé ou Marta são unanimidade no debate “maior de todos os tempos”, quem sou eu para querer cravar uma verdade absoluta? Mas como gosto de alimentar essas ótimas discussões futebolísticas que não levam a lugar nenhum, cá estou eu para sugerir uma.

A final entre Palmeiras e Corinthians que estamos acompanhando (o primeiro jogo terminou 1 a 0 para o time alvinegro, no último domingo, no Allianz Parque) é a maior de todos os tempos do Brasileiro Feminino.

Corinthians saiu em vantagem na final do Campeonato Brasileiro Feminino
Corinthians saiu em vantagem na final do Campeonato Brasileiro Feminino - Livia Villas Boas - 12.set.2021/Staff Images Woman/CBF

E não estou falando aqui da rivalidade. Porque o futebol feminino, apesar de importar muita coisa do masculino, tem a sua própria história e está construindo suas próprias rivalidades –essa entre Corinthians e Palmeiras é recente, tem só dois anos, mas é uma delas.

Falo sobre o conjunto da obra. Essa é a maior final da história porque esse foi o melhor campeonato Brasileiro feminino da história -em termos de nível de jogo, de equilíbrio, de disputa. E também é a maior porque talvez a rivalidade gigantesca de um dérbi na decisão atraia mais holofotes do que nunca para a final das mulheres.

A primeira final de Brasileiro Feminino que cobri do estádio foi a de 2017, entre Corinthians e Santos, em Barueri. Lá em 2017, mal havia sistema de credenciamento oficial para a final do Brasileiro Feminino. Não precisava disso porque não havia tanta gente interessada em cobrir uma decisão de campeonato envolvendo mulheres.

Lembro que as chamadas “zonas mistas” eram praticamente zonas únicas. Tinha um, dois repórteres no máximo para falar com as jogadoras. Em 2018 melhorou um pouco, teve mais jornalistas interessados. Em 2019, veio o sucesso da Copa do Mundo feminina e o ponto de virada para o futebol das mulheres por aqui. O Brasileiro Feminino passou a ser transmitido na Band, a imprensa passou a falar mais do campeonato, os times de camisa foram conquistando vagas na primeira divisão.

E chegamos a 2021 com o torneio mais equilibrado dos últimos tempos. Se em 2020 o Corinthians terminou a primeira fase nove pontos à frente do Santos, nesta temporada o atual campeão ficou só um pontinho na frente do outro finalista, o Palmeiras. Esse que por sua vez investiu pesado, contratou 14 reforços, tudo para fazer frente ao maior rival.

Tivemos duas das maiores emissoras do país exibindo o campeonato (Band e Sportv), jogos no Youtube e TikTok, e agora tem que ser rápido pra fazer o credenciamento e não correr risco de ficar sem “vaga” na final, já que a procura dos veículos pela cobertura dos jogos cresceu exponencialmente.

A Band bateu recorde de audiência com a transmissão dos jogos do Brasileiro Feminino, o SporTV também teve números expressivos, existem patrocinadores no campeonato agora e, acima de tudo, o nível de jogos que vimos neste ano do campeonato comprova uma evolução constante. A própria técnica da seleção feminina, Pia Sundhage, que chegou ao Brasil em 2019, reconheceu: “Parece outro campeonato. A evolução é impressionante”.

É por tudo isso que essa final do Brasileiro feminino entre Palmeiras e Corinthians pode ser chamada “a maior da história”. Mas esse título provavelmente não vai durar muito. Porque com o crescimento que estamos vendo, é possível que essa máxima já caia por terra em 2022 –​e eu torço muito para isso.

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