Renato Terra

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

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Renato Terra
Descrição de chapéu humor

Djavan musicará voto de Rosa Weber

Percussão ficará a cargo de Ciro Gomes, que batucará no pescoço de um blogueiro atrevidinho

"Rosa Weber/ guardiã/ ouro de mouro/ um ímã/ negra é a toga afegã". Com essa epígrafe, Djavan abriu a coletiva de imprensa que convocou para anunciar seu novo disco. O vate alagoano vai musicar o voto que a ministra Rosa Weber proferiu no julgamento do habeas corpus de Lula. "Há material para um álbum inteiro ali", afirmou.

 

Ilustração
Débora Gonzales/Folhapress

A faixa que abre o disco traz uma composição com harmonia atonal para pontuar os versos "Eficácia erga omnes e efeito vinculante/ são /portanto /é consabido /institutos diversos". No arranjo, a cargo de Carlinhos Brown, carpideiras surinamenses fazem o backing vocal na língua nheengatu.

O álbum se encerra com as meninas cantoras de Petrópolis enchendo os pulmões para traduzir o sentimento de esperança do povo brasileiro nos versos "Assim/ o fato de carecer o decisum proferido no regime repercussão geral de efeito vinculante em sentido estrito não é suficiente /na minha visão /para autorizar seja simplesmente dispensada a sua observância".

A percussão ficará a cargo de Ciro Gomes, que batucará no pescoço de um blogueiro atrevidinho.

No site da Mídia Ninja, Caetano Veloso entrevistou Caetano Veloso para situar o novo disco de Djavan dentro da obra de Caetano Veloso.

"Não havia marco tão expressivo para a expansão de nossa língua desde meus versos 'Lambetelho, frúturo, orgasmaravalha-me Logun/ Homenina nel paraís de felicidadania' em 'Outras Palavras'. Minha música, por sua vez, ampliou as significâncias de 'Grande Sertão: Veredas'. Rosa Weber está, portanto, escrevendo certo sobre a linha evolutiva de Guimarães Rosa", diagnosticou o baiano.

Sobre as camadas heurísticas da poesia magistrática, levando em conta que Rosa Weber votou no sentido contrário de suas convicções pessoais, Caetano parafraseou-se. "Rosa é o avesso do avesso do avesso do avesso". Lobão discordou.

O coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, não quis dar depoimento sobre a obra de Djavan.

CONTADOR

Estamos trabalhando há 31 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco. A contagem de dias sem tucanos presos na Lava Jato entrou em colapso e teve que ser reiniciada.

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